Secretaria de Saúde de Goiânia registra 62 casos de caxumba

Ocorrências da doença foram notificadas em escolas e faculdades públicas e privadas da capital. Falta de atenção à vacinação está entre as causas

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) investigou, nos últimos meses, quatro surtos de caxumba que ocorreram em Goiânia. Foram confirmados 62 casos entre adolescentes e jovens adultos, em quatro locais, sendo eles escolas e faculdades públicas e privadas da capital.

O que mais contribuiu para a ocorrência dos surtos de caxumba, segundo a diretora de Vigilância Epidemiológica da SMS, Juliana Brasiel, foi que a maioria dos infectados não tinha tomado a vacina na infância. “Ou não tomaram nenhuma dose, ou tomaram apenas a primeira dose”, explica Brasiel. Por isso, em um grupo com várias pessoas nessa situação, a ocorrência de surtos é facilitada. Outro fator que contribuiu é o fato de que a caxumba é mais comum em períodos de outono, inverno e primavera.

Apesar disso, surtos de caxumba não são comuns em Goiânia, com grande período de tempo entre um e outro. Nos casos recentes, várias pessoas suscetíveis à doença estiveram próximas num mesmo ambiente, facilitando a transmissão. Por esse motivo, houve esforço de investigação por parte da Secretaria.

A doença

A caxumba é uma infecção viral que geralmente atinge mais as crianças, mas pode ser muito severa em adultos. O principal sintoma é dor nas glândulas salivares, geralmente a parótida. Dois terços dos casos da doença ainda registram aumento aparente dessas glândulas. Entre 20 a 30% dos casos de caxumba em homens apresentam inflamação nos testículos; e nos ovários, em 15% das mulheres acometidas pela doença. O diagnóstico da caxumba é clínico e feito logo na primeira consulta.

A transmissão se dá por via aérea, por meio de disseminação da saliva de pessoas infectadas. Por isso, sua ocorrência costuma ser em forma de surtos, geralmente durante o outono, o inverno e a primavera. Ao apresentar os primeiros sintomas e ter a doença confirmada, a pessoa deve ficar isolada em casa durante o período de transmissibilidade da doença. “Não compartilhar alimentos, bebidas e ficar isolada durante pelo menos nove dias é importante”, explica Juliana Brasiel. Segundo a diretora, a evolução é benigna e são muito raros casos de morte por caxumba.

Vacina

A maioria da população é vacinada contra a caxumba ainda na infância. A tríplice viral, vacina que protege contra a caxumba, o sarampo e a rubéola, está no calendário de vacinação e deve ser aplicada nas crianças de 1 ano de idade, com segunda dose três meses depois. A segunda dose é chamada tetraviral – pois também protege contra a varicela – e pode ser aplicada em crianças entre 1 ano e 3 meses e 12 anos de idade.

“De 1 a 19 anos de idade a pessoa tem que tomar duas doses da vacina para estar imunizada”, explica Juliana. Entre 20 e 49 anos de idade, apenas uma dose da vacina pode ser aplicada. A vacina contra a caxumba está disponível nas unidades da rede municipal em Goiânia. (Com informações da Secretaria Municipal de Comunicação de Goiânia)