Secretária presta depoimento pela quinta vez na comissão que investiga irregularidades na Saúde
A secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué, voltou à Câmara Municipal nesta sexta-feira (9) pela…
A secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué, voltou à Câmara Municipal nesta sexta-feira (9) pela quinta vez para prestar novo depoimento à Comissão Especial de Inquérito (CEI) sobre o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e das Unidades de Terapias Intensivas (UTIs). A comissão também ouviu o coordenador Geral do Samu, André Luís Braga, sobre a manutenção de ambulâncias e o serviço de motolâncias, parado desde 2015.
Além do presidente Clécio Alves (MDB) e do relator Elias Vaz (PSB), fazem parte da Comissão os vereadores Paulo Daher (DEM), Jorge Kajuru (PRP), Cristina Lopes (PSDB), Carlin Café (PPS) e Anderson Sales Bokão (PSDC).
As discussões começaram com o vereador Jorge Kajuru informando que recebeu denúncias do Sindicato de Ambulâncias do Estado de Goiás (Sindiconam) de que mesmo com os serviços das motolâncias parados desde 2015, a Secretaria de Saúde estaria recebendo a verba destinada aos veículos. André Braga contestou dizendo que ele mesmo pediu a suspensão do recurso e que um contrato de manutenção está sendo finalizado para que o serviço seja retomado.
O presidente do Sindiconam, Márcio Linhares, foi convidado por Kajuru para expor os problemas dos condutores do Samu. O sindicalista denunciou que os motoristas são obrigados a carregar sangue e materiais biológicos em ambulâncias que, depois, transportam pacientes, o que gera risco de contaminação. Ele disse ainda que motoristas buscam os pacientes sozinhos, sem um profissional da saúde, contribuindo para a piora do quadro do doente.
O presidente da Comissão, o vereador Clécio Alves (PMDB) e o relator Elias Vaz (PSB) falaram também sobre os pagamentos para a manutenção de ambulâncias velhas e sucateadas que somaram R$17 milhões. Eles também comentaram da prestação de serviços de mecânica da empresa Inovar, que consertava as ambulâncias sem ter contrato firmado por meio de processo licitatório.
O coordenador geral do Samu justificou que a contratação da empresa sem o processo licitatório foi necessária porque o contrato anterior com a Útil Veículos venceu e o Samu não poderia ficar sem prestar socorro durante o período.
A secretária de Saúde, Fátima Mrué, por sua vez, declarou que acredita que se forem constatadas irregularidades e comprovadas tais denúncias, o prefeito Iris Rezende irá tomar providência, e que dará segmento para a devida apuração dos fatos.
UTIs
Elias Vaz levantou a questão das Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) selecionarem pacientes mais lucrativos em detrimento dos que não geram lucro ou não têm chance de sobreviver. Ele apresentou dados de um relatório do Governo Estadual dando conta de que no 1º Semestre de 2017, 128 vagas de UTI’s dos hospitais prestadores ficaram desocupadas, enquanto há fila de pacientes aguardando internação.
Os demais vereadores que fazem parte da Comissão também questionaram a demora dos pacientes por uma vaga, e em tom elevado, questionaram o trabalho da secretária. Clécio Alves desafiou Fátima dizendo que renunciaria ao cargo de vereador caso ele saísse nas unidades de saúde e encontrasse alguém que tivesse satisfeito com a situação da saúde do município. A vereadora Cristina Lopes questionou a fala de Fátima que dizia que indicadores mostram a melhoria na saúde. “É apenas uma falácia”, criticou a peessedebista.