Alerta

Secretaria de Saúde promove ação de prevenção a sífilis no Terminal Padre Pelágio, em Goiânia

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), por meio da Coordenação de Doenças…

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), por meio da Coordenação de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids), realiza nesta quarta-feira (17), das 9 horas às 17 horas, uma ação com o objetivo de informar a população sobre as formas de prevenção e tratamento da sífilis. O evento, que acontece no Terminal Padre Pelágio, é alusivo ao Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita. A data, instituída por lei federal sancionada no ano passado, tem o propósito de enfatizar a importância do diagnóstico e do tratamento adequado da sífilis como doença sexualmente transmissível e especialmente na gestante durante o pré-natal.

Os registros do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) de sífilis adquirida, sífilis em gestantes e sífilis congênita, atualizados em série histórica até 30 de julho de 2017, apontam que em Goiás, nos últimos 5 anos, houve um aumento de notificação de casos da doença (veja gráfico abaixo). Segundo os profissionais da área, esse crescimento da doença no Estado pode ser atribuído ao aprimoramento do sistema de vigilância epidemiológica, à redução do uso de preservativo, à resistência dos profissionais de saúde na administração de penicilina na Atenção Básica e ao aumento da cobertura de testagem com a ampliação da distribuição de testes rápidos.

Registros em Goiás

No período de 2010 a junho de 2018 foram notificados no Sinan 15.110 casos de sífilis adquirida em Goiás. Destes, 9.684(64%) ocorreram no sexo masculino e 5.524 (36%) ocorreram no sexo feminino. Em 2017 foram notificados 3.796, evidenciando um aumento de 31% em relação ao ano anterior (2.894). As notificações se concentram em indivíduos adultos jovens entre 20 a 39 anos (62%).

Quanto à sífilis em gestante, no período de 2007 a junho de 2018 foram notificadas em Goiás 8.651 gestantes com este agravo, Em 2017 houve um aumento de 34% nas notificações em relação ao ano de 2016. Foi o maior número de notificações da série histórica analisada com 1.531 casos, alcançando uma taxa de detecção de 16 casos de sífilis em gestantes para cada mil nascidos vivos.

Avaliando a idade gestacional de detecção de sífilis em gestante, nos últimos cinco anos observou-se uma melhora no diagnóstico precoce. Em 2016 foram 23,6% (119) e em 2017 foram 28%(428) de gestantes diagnosticadas no primeiro trimestre da gestação. No entanto, em todos os anos houve predomínio do diagnóstico tardio da doença, com detecção majoritária no segundo ou terceiro trimestre de gestação.

Quanto à sífilis congênita, de 2000 a junho de 2018 foram notificados no Sinan 2.154 casos.  Nos últimos 5 anos houve um progressivo aumento da taxa de incidência. Entretanto, observou-se que entre 2016 e 2017 basicamente estabilizou, havendo um aumento discreto de apenas 2%, passando de uma taxa de detecção 3,44 para 3,55 casos em mil nascidos vivos.

Avaliação

A equipe técnica da Coordenação de DST/Aids avalia que o número de casos de sífilis adquirida tem aumentado devido a implantação de testes rápidos na rede básica de saúde. A realização desses exames melhora o acesso da população em geral, o que gera maior número de notificações.

O acesso tardio ao pré-natal dificulta o diagnóstico de sífilis na gestação. Os dados do Sinan apontam que apenas 28% das gestantes com sífilis tiveram o diagnóstico realizado no primeiro trimestre de gestação.

O tratamento inadequado ainda é um grande problema que reflete no aumento de casos de sífilis congênita. Considera-se como terapia inadequada da gestante a administração de outro medicamento que não seja a penicilina benzatina, o tratamento no período inferior a 30 dias antes do parto, não tratamento do parceiro que mantém contato íntimo com a gestante e tratamento inadequado para a fase clínica da doença.

No sentido de combater a sífilis, a SES-GO tem desenvolvido as seguintes ações: capacitação em testagem rápida para sífilis na atenção básica e maternidades, visando o diagnóstico oportuno; capacitação no manejo clínico da sífilis para as 18 Regiões de Saúde e instituição do comitê estadual de investigação de transmissão vertical de sífilis.