Secretário de desenvolvimento é convocado para depor na Câmara Municipal
O titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Tecnologia (Sedetec), Ricardo De Val Borges…
O titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Tecnologia (Sedetec), Ricardo De Val Borges foi chamado para depor na Câmara Municipal de Goiânia, pelos integrantes da Comissão Especial de Inquérito (Cei) da Saúde, que investiga irregularidades no atendimento de saúde do município. O requerimento elaborado pelo vereador Jorge Kajuru (PRP) foi aprovado nesta segunda-feira (2) e estabelece a oitiva do secretário para a próxima sexta-feira (6).
A Cei considerou necessário o depoimento, para que Ricardo esclareça detalhes do contrato com a empresa Viver, de Belo Horizonte (MG), para instalação de software na Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no valor de R$ 4,2 milhões. Os vereadores solicitaram à titular da pasta, Fátima Mrué, uma auditoria que comprove a capacidade técnica da rede de informática da secretaria e do sistema instalado pela companhia.
Fátima prestou depoimento à Cei na última segunda-feira (26), ocasião em que reconheceu a validade do documento enviado pela própria pasta aos vereadores, que comprova desocupação de leitos de Unidades de tratamento intensivo (UTI), quando havia pacientes na fila de espera.
O relator da Cei, Elis Vaz (PSB), solicitou, também por meio de requerimento, que dois servidores efetivos da Sedetec analisem a eficácia do software, ficando à disposição da Comissão até o final das investigações.
Cais de Campinas
Outro requerimento aprovado pela Cei nesta segunda-feira, solicita informações ao diretor técnico e ao diretor geral do Cais de Campinas sobre abastecimento de insumos na unidade. Elias Vaz disse ter recebido denúncias de um médico do local, alegando que no período entre 17 e 31 de março não havia luvas, máscaras, sabonete líquido e álcool em gel. Segundo a denúncia, esses itens só passaram a ser fornecidos ontem (1°), depois que um pediatra faleceu com suspeita de H1N1.
A SMS afirmou já ter iniciado investigação epidemiológica para saber as causas da morte do médico Luiz Sérgio de Aquino Moura (57), falecido no domingo (1°), na UTI do Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Materiais biológicos foram coletados e encaminhados para análise no Laboratório Estadual de Saúde Pública (Lacen-GO). A notificação obtida pela secretaria até o momento é de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que pode ter sido causada pelo vírus H1N1 entre outras possibilidades.
Para Elias, caso a falta de insumos fique provada, a situação da saúde municipal deixa de ser apenas um caso de má gestão. “Isso seria uma ação criminosa de negligência. Pessoas estão morrendo pela má gestão, pacientes e agora um profissional da Saúde. São insumos básicos e muito baratos, não tem justificativa para não oferecer isso nos cais. Precisou morrer um médico para chegarem esses insumos”, argumenta o vereador.
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Leonardo Mariano Reis, através da assessoria de imprensa, reconheceu a insegurança de médicos e profissionais da saúde. “O Cremego tem recebido denúncias da falta de segurança nas unidades para esse atendimento, o que coloca em risco a saúde dos médicos e demais profissionais e é uma ameaça aos pacientes”, esclareceu.