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Segunda siamesa separada em Goiânia é transferida para hospital na Bahia

Débora foi transferida um dia após o retorno da irmã Catarina. Ela foi transferida para uma unidade de referência em cardiologia pediátrica em Salvador

Um dia após a trânsferencia da pequena Catarina, a irmã Débora de Menezes dos Santos também foi transferida para um Hospital em Salvador (BA), na noite deste sábado (15). Separadas há 25 dias no Hospital Materno Infantil, em Goiânia, este foi o primeiro caso no mundo de uma cirurgia de separação de gêmeos siameses com menos de 24 horas de vida.

O transporte da gêmea foi realizado por avião. O Hospital Materno Infantil informou, em nota, que a paciente foi transferida para uma unidade referência em cardiologia pediátrica, em Salvador, acompanhada pela mãe, Viviane de Menezes dos Santos.

Ao Mais Goiás, a mãe das crianças contou que Débora está internada em estado estável e realizando exames. Posteriormente, ela passará por uma cirurgia no coração. Viviane também conta que a primeira gêmea transferida, Catarine, está internada e passa bem.

“Graças a Deus deu tudo certo. Não tivemos nenhum problema durante a transferência e agora elas estão internadas, mas continuam apresentando melhoras. Sou grata por tudo que fizeram pelas minhas filhas e tenho fé em Deus que vamos continuar vencendo todas as batalhas”, disse a mãe das meninas.

Separação

As gêmeas, que estavam unidas pelo tórax e abdômen, nasceram no último dia 23 de agosto em uma cirurgia que durou mais de quatro horas e meia, e foi realizada pelo médico Zacharias Calil e mais 12 profissionais. Após a cirurgia, as meninas, que nasceram de 37 semanas, se alimentaram por meio de sonda e ficaram em estado grave, até que mãe pode ter o primeiro contato físico com Catarina, ocorrido no último dia 4.

Débora não teve o mesmo contato, devido a uma transposição dos grandes vasos do coração, onde o sangue venoso se mistura com o sangue oxigenado. Isso acontece pois as artérias estão em posições expostas e causam sérios danos no funcionamento do corpo. Devido a isso, a sua recuperação acontece de forma mais lenta porque o tecido não recebe o oxigênio adequado.

Mesmo em estado crítico, as meninas conseguiram sobreviver e a recuperação passou ser classificada pela equipe médica como “surpreendente”. “É um grande resultado. Operar crianças no período neonatal é um desafio para qualquer profissional. É um sucesso sem precedentes em meus 37 anos de carreira”, afirma Calil.