INVESTIGAÇÃO

Seis servidores efetivos são afastados por suspeita de fraude em licitações na SSP-GO

Seis servidores efetivos investigados por suspeita de fraude em licitações na Secretaria da Segurança Pública…

Seis servidores efetivos investigados por suspeita de fraude em licitações na Secretaria da Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) foram afastados do serviço público. Segundo a Polícia Civil, os investigados, que estavam à disposição da pasta, teriam direcionado duas licitações para uma empresa que faturou R$ 55 milhões com a locação de câmeras de última geração e outros equipamentos ao estado. Os contratos investigados tiveram vigência entre 2013 e 2018.

Conduzida pela Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor), a investigação que começou em 2020 colheu indícios de que um servidor efeito, que até 2019 ocupava o cargo de Gerente de Informática, Tecnologia e Telecomunicações da SSP, direcionou, com a emissão de pareceres, e até de laudos jurídicos que desqualificavam os demais concorrentes, uma empresa que cobrou um valor bem superior para a instalação de câmeras, manutenção, e equipamentos de segurança. As investigações apontam ainda que este gerente, que não teve o nome divulgado, teria contado com a ajuda de outros cinco servidores efetivos, que também trabalham na SSP, para fraudar pelo menos 20 licitações.

De acordo com a Polícia Civil, o investigado ocupava o cargo de gerente de Informática, Tecnologia e Telecomunicações da SSP até hoje.

Suspeita de fraude em licitações na SSP-GO: gerente teve ajuda de cinco servidores para cometer os crimes

As investigações apontam ainda que o referido gerente, que não teve o nome divulgado, teria contado com a ajuda de outros cinco servidores efetivos, que também trabalham na SSP, para fraudar pelo menos 20 licitações.

Inicialmente, a empresa favorecida com as licitações faturou R$ 48 milhões com a locação de 500 câmeras e depois mais R$ 7 milhões com a instalação, o fornecimento de cabos e outros equipamentos.

“Nós constatamos que outras empresas, que ofereciam o mesmo serviço por um preço bem menor, foram simplesmente banidas da licitação, graças a laudos e pareceres que foram feitos pelo então gerente de informática da SSP, o que deve ser comprovado agora com a perícia nos documentos e equipamentos que apreendemos hoje”, relatou o delegado Fancisco Lipari, titular da Deccor.

Dono de empresa já foi investigado em outra operação

Apesar de não divulgar nomes dos investigados, o delegado afirmou que o dono da empresa que ganhou as licitações de forma fraudulenta já foi investigado em outra operação desencadeada há dois anos também pela Deccor. Dos 13 mandados de busca e apreensão cumpridos hoje, sete foram na empresa e em imóveis do proprietário, além de seis sócios ou funcionários dele.

Durante o cumprimento dos mandados, a Polícia Civil apreendeu sete veículos, sendo dois deles de alto luxo e valor. A corporação também conseguiu a penhora de quase R$ 60 milhões em bens dos 13 investigados. Os seis servidores efetivos afastados já foram devolvidos a seus órgãos de origem, uma vez que estavam apenas emprestados à SSP. Eles seguirão afastados temporariamente do serviço público.

A empresa investigada também está proibida de participar de novas licitações ou de realizar qualquer contrato com órgãos públicos.

De acordo com o titular da Deccor, essa empresa já não presta mais serviços ao Governo de Goiás desde 2018. Ele disse ainda que poderá, ao final das investigações, solicitar a prisão preventiva dos 13 investigados.