OPERAÇÃO COM 12 PRESOS

Sem celular, detentos usam mulheres para ordenar tráfico e execuções, diz delegado

Suspeitos integram uma facção criminosa goiana

Sem celular, detentos usam mulheres para ordenar tráfico e execuções, diz delegado (Foto: Polícia Civil)

A Polícia Civil cumpriu, nesta quarta-feira (25), 12 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão contra suspeitos de integrar uma quadrilha que trafica drogas e executa rivais em três cidades de Goiás. Durante as investigações, apurou-se que mulheres estavam sendo usadas para levar ordens de criminosos que estão presos, para comparsas do lado de fora das cadeias.

Os 12 presos, segundo o delegado Samuel Moura, titular do Grupo Antissequestro (GAS), da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), integram uma facção criminosa goiana, e comandavam o tráfico de drogas no Jardins do Cerrado, em Goiânia, e também nas cidades de Morrinhos, na região sul, e em Santa Helena, no sudoeste do estado. Eles também seriam responsáveis, ainda de acordo com o delegado, pelos assassinatos de criminosos rivais.

Entre os presos, que não tiveram as identidades reveladas, há algumas mulheres, que estariam atuando como mensageiras da quadrilha. “Como em Goiás o preso não tem mais acesso a celulares, algumas mulheres eram quem, após as visitas íntimas, levavam ordens para criminosos aqui do lado de fora, e também ficavam responsáveis pela contabilidade, e por lavar o dinheiro da quadrilha”, descreveu Samuel Moura.

Uma única mulher, ainda conforme o relato do delegado, visitou mais de dois presos. Esta suspeita, que foi presa na operação de hoje, tem três filhos, está grávida, e é esposa de um detento.

Grupo tinha carro de luxo, joias e dinheiro em espécie

Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, os agentes do GAS da Deic, que contaram com o apoio de policiais do Grupo Tático 3 (GT3), apreenderam joias, dinheiro em espécie, e carros de luxo. Folhas de cheques de altos valores, emitidas por um homem que já cumpriu pena por tráfico, e que hoje mantém uma vida de alto luxo, também foram encontradas na casa de um dos investigados.

Entre os 12 presos, há um funcionário de uma loja que vende produtos de caça e pesca, e que, segundo a polícia, é suspeito de ser o responsável por fornecer armas e munições à quadrilha. Os mandados de prisão, e de busca e apreensão foram cumpridos em Goiânia, Senador Canedo, Aparecida de Goiânia, Santa Helena, e Morrinhos.