Sem evidências de asfixia, Defensoria pede liberdade de suspeito de matar idosa no Hugo
Médicos legistas afirmam que não há indícios de aperto, esganadura ou qualquer outra ação que pudesse matar a mulher
A Defensoria Pública de Goiás pediu a liberdade provisória do homem que está preso por suspeita de matar a idosa Neuza Cândida, de 75 anos, dentro do Hospital Estadual de Urgências de Goiânia (Hugo). O investigado tem 47 anos e está preso desde o dia 07 de abril, quando o crime aconteceu, em Goiânia. Ele teria sido responsável por asfixiar a mulher até a morte. No entanto, novas evidências apresentadas por médicos legistas afirmam que não há indícios de aperto, esganadura ou qualquer outra ação contundente que pudesse matar a mulher.
O defensor público Luiz Henrique Silva Almeida foi o responsável pelo pedido de Habeas Corpus, realizado nesta segunda-feira (11). Ele afirmou que há ilegalidade na prisão preventiva pois a Justiça decretou a necessidade da prisão do homem “de modo genérico” e “sem apontar qualquer elemento concreto”.
“Não existe nos autos qualquer indício de que o acusado, se colocado em liberdade, poderá aliciar testemunhas ou, de qualquer modo, influir maliciosamente na instrução criminal, ou se furtar a aplicação da lei penal”, disse o defensor.
O defensor pediu pela liberdade provisória do homem ou então a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares. A Defensoria ainda solicitou à Polícia Técnico-Científica acesso ao laudo de morte da idosa, para que realize análise e acompanhamento do caso.
Suspeito de matar idosa no Hugo diz que é inocente
Funcionários do Hugo afirmaram à Polícia Militar (PM) terem visto o suspeito entrando no quarto. Sem motivo aparente, ele teria asfixiado a idosa que estava internada em um leito de enfermaria.
O suspeito, no entanto, nega o crime e diz que tentava limpar a traqueostomia, quando, sem intenção, o dedo tapou o equipamento e a idosa ficou sem respirar.
Segundo o delegado que apura o caso, Rhaniel Almeida, o homem aparenta ter problemas psiquiátricos e disse frases desconexas durante depoimento. “Ele falou que foi até o Hugo para buscar alguns documentos, mas quando questionamos porque entrou na enfermaria não sou explicar, e disse várias coisas aleatórias, que nada tinham a ver com o que perguntávamos. Algumas testemunhas já ouvidas aqui contaram que dentro do hospital ele teria dito que era filho adotivo da idosa que foi morta”, disse o investigador.
Entenda o laudo
O laudo contradiz funcionários do hospital, que afirmam ter visto o homem estrangulando a vítima. A perícia afirma que não constatou elementos que indicassem morte por esse motivo.
De acordo com a Polícia, um laudo complementar deve esclarecer a causa da morte da paciente. A corporação vai ouvir dois funcionários do Hugo como testemunhas do ocorrido.
Segundo a corporação, o suposto autor não possui relação com a vítima. Em interrogatório, ele negou ter tido intenção de matar a idosa.