Sem fornecimento de água há 10 dias, moradores de povoado cobram solução de Firminópolis
Moradores do povoado de Santo Antônio do Turvo, distrito de Firminópolis, a 126 quilômetros da…
Moradores do povoado de Santo Antônio do Turvo, distrito de Firminópolis, a 126 quilômetros da capital, estão sem fornecimento de água há 10 dias. O recurso, proveniente de um poço da Fazenda Pai Felipe, é extraído pela própria prefeitura que bombeia o fluido para a caixa d’água da cidade. Desde o último dia 5/5, entretanto, a bomba utilizada para realização do serviço está estragada e os reparos ainda não foram providenciados.
Segundo a prefeitura, um segundo equipamento também está em manutenção em razão de sobrecarga do sistema de extração provocado, supostamente, por mau uso da bomba pelos moradores da região.
Enquanto o problema não é resolvido, moradores adquirem galões de água para consumo próprio e dependem de caminhões-pipa fornecidos pelo município para realização de atividades do cotidiano, segundo os quais não é suficiente para o abastecimento do povoado.
De acordo com o aposentado da antiga Celg, Irvandes Leandro de Andrade (64), o equipamento “dá muito problema” porque as instalações elétricas que possibilitam o funcionamento da bomba são inadequadas.
“A energia é muito fraca e o equipamento queima com certa frequência. O problema é tão constante que estou construindo uma caixa d’água de 22 mil litros na minha casa, maior que a da prefeitura, para ajudar a abastecer a comunidade nessas ocasiões”.
Vizinhança
Para Irvandes, este é um problema de gestão. “Tem água sobrando, não tem é o gestor para organizar a questão da bomba. O ideal era que tivéssemos mais de uma, para quando uma desse problema, trocaríamos pela outra e o abastecimento não ficaria comprometido. Enquanto isso não ocorre, vamos nos ajudando”.
Conforme explica a também aposentada e moradora do povoado Maria Ireny Mota Silva (62) a situação vem se “rastejando” há tempos. “Na gestão deste prefeito é a segunda vez que ocorre. Da primeira vez, meses atrás, fomos lá avisá-lo do problema. Ele disse que iria providenciar a solução do problema, mas, até agora, estamos na mesma situação”.
Segundo Maria, a situação é de calamidade e os caminhões-pipa enviados pela prefeitura não são suficientes para suprir a demanda. “Pessoas que tem cisterna ajuda os outros, aqui é um ajudando uma ao outro. Eu e meu marido temos buscado água no vizinho para lavar a casa e tomar banho”.
Desperdício
Empresário responsável pelo fornecimento de bombas para o distrito revela outro aspecto da situação. Além dos problemas de gerenciamento da bomba, Valdir Ribeiro afirma que há também casos frequentes de desperdício do recurso hídrico.
“O problema lá vai além da eletricidade. A água é gratuita, pois é extraída pela prefeitura. Então tem gente que não se preocupa com vazamentos e desperdício. O posto lá é bom de água, mas a bomba trabalha demais, o pessoal não tem consciência. Enquanto a água é à vontade, todo santo que você põe não consegue atender”.
A última bomba adquirida pela prefeitura foi comprada no ano passado e segundo o empresário, o equipamento ainda está na fase de garantia. “A bomba estragou e eles trouxeram para cá. Ela tem que ser encaminhada à assistência, em Goiânia. Nós avisamos isso, porque se eu mexer nela, podem perder o benefício”.
Empurra-empurra
De acordo com o secretário de Administração de Firminópolis Gilson José de Mesquita, a responsabilidade pelo caso deve ser compartilhada com a população, que segundo ele, utiliza o equipamento de forma inadequada.
Segundo ele, é “impossível” manter a bomba funcionando enquanto muitas pessoas a acionam sem autorização. “Temos responsabilidade enquanto administração. Para isso, possuímos um funcionário para fazer o acionamento da bomba, que abastece o reservatório de 10 mil litros. Essa quantidade seria suficiente para as 60 famílias do povoado, se a população economizasse”.
De acordo com Gilson, há casos frequentes de desperdício de água no distrito. “Várias vezes encontramos água jorrando na cidade. Muitos deixam torneira aberta para irrigar hortas e plantações e outros deixam o recurso vazar para fornecer água para porcos. Aí a água não dura um dia e moradores vão até a fazenda religar a bomba por conta própria, sobrecarregando o equipamento”, afirma.
Solução
Para ele, apesar da falta d’água, o município não tem deixado de atender às necessidades dos moradores. “Temos duas bombas. Uma está na assistência técnica em Goiânia e outra está em São Luís, para reparos com o Valdir. Isso ocorre porque ficam ligando a bomba sem poder. Enquanto isso, a população não tem ficado sem água. Estamos fornecendo caminhões pipa para encher a caixa d’água, mas também tem sido insuficiente porque ninguém economiza”.
A solução, de acordo com Gilson, está sendo providenciada pela prefeitura. “Estamos em diálogo com a Saneago para que a empresa faça a gestão da água no distrito. Assim iremos resolver o impasse de vez. O prefeito foi à Goiânia e está tentando viabilizar a ideia. Os usuários vão utilizar, mas vão pagar por aquilo. Enquanto isso não ocorrer, apesar dos esforços, vamos continuar recebendo reclamações”.
Enquanto o plano não é colocado em prática, Gilson revela que há possibilidade de aquisição de uma terceira bomba para o distrito. “Pretendemos resolver esse problema o quanto antes. No máximo até sexta-feira (18) isso estará resolvido. Se nos disserem que o reparo irá demorar, teremos que comprar um novo equipamento”, conclui.