Onça que se recuperou em Goiás após queimada não consegue mais caçar

A onça-pintada resgatada em agosto deste ano dos incêndios que devastaram o Pantanal – e que passou por tratamento em Goiás – não poderá voltar ao seu habitat. Conforme um veterinário do Instituto de Preservação e Defesa dos Felídeos da Fauna Silvestre do Brasil em Processo de Extinção (Nex), em Corumbá de Goiás, a onça Amanaci se recuperou das queimaduras, mas perdeu os tendões das patas responsáveis por expor as garras, a impossibilitando de usá-las para caçar ou até mesmo escalar árvores.

Após ser resgatada, no dia 17 de agosto, das queimadas no Pantanal, Amanaci precisou passar por um longo processo de recuperação das queimaduras e do quadro de desidratação. No tratamento, foram feitas mais de 30 aplicações de células-tronco para ajudar na recuperação das graves queimaduras.

Na última terça-feira (8), o felino chegou a retirar as botas especiais que protegiam as patas, no entanto, conforme o médico veterinário Thiago Luczinski, mesmo sarada, Manancy não poderá retomar os velhos hábitos selvagens de caça e nem voltar à natureza.

De acordo com Luczinski, por causa dos ferimentos provocados pelo fogo, Amanaci perdeu a capacidade de expor as garras, o que a impede de fazer as atividades mais banais para uma onça na natureza. “Ela não pode voltar por causa das lesões de queimaduras. Os tendões que expõem as garras foram queimados, perdidos. Então ela não consegue mais expor as garras e não consegue mais escalar, caçar. Ficou com essas sequelas”, detalha o veterinário.

Por causa disso, Luczinski informou que um recinto foi criado para Amanaci no Nex, onde ela ficará em definitivo.