INVESTIGAÇÃO

Sem respostas há três anos, família cobra justiça por morte de goiana na Argentina

Inicialmente, caso foi tratado como morte natural, mas a família diz haver indícios de assassinato

Sem respostas há três anos, a família da jovem Luana Carneiro de Melo, de 24 anos, cobra por Justiça pela morte da goiana na Argentina. (Foto: reprodução)

Sem respostas há três anos, a família da jovem Luana Carneiro de Melo, de 24 anos, cobra por Justiça pela morte da goiana na Argentina. A mulher foi encontrada sem vida em março de 2018, no apartamento em que morava em Buenos Aires. A princípio o caso foi tratado como morte natural, mas os parentes acreditam que a jovem tenha sido vítima de feminicídio e, inclusive, apontam um suspeito para o suposto crime.

Ao Mais Goiás, o cunhado de Luana, Amarildo Kuhn, contou que a jovem morava na Argentina há três anos. Ela se mudou de Jataí para o país para estudar idiomas, mas iniciou trabalho em uma multinacional e fixou moradia no local.

Uma semana antes de morrer, Luana alugou um novo apartamento, imóvel em que foi encontrada sem vida. No dia 30 de março de 2018, parentes perderam o contato com a mulher. Preocupados, eles pediram para uma amiga verificar se a jovem estava bem. A Polícia foi acionada e as equipes encontraram a goiana já sem vida em cima da cama.

Morte de goiana na Argentina: reviravolta e suspeita de feminicídio

Conforme o relato do familiar, a princípio o caso foi tratado como morte natural. Ele e a irmã de Luana foram à Argentina e descobriram que o celular, computador e dinheiro da jovem não estavam no apartamento. Três meses depois, o aparelho telefônico foi ativado, mas a informação só chegou à família e ao Ministério Público do país em 2020.

Segundo Kuhn, o celular foi ativado no nome de um boliviano, irmão de um rapaz que trabalhava no apartamento alugado por Luana. “Esse funcionário tinha as chaves do imóvel e possuía acesso a tudo no local. Os indícios apontam que ele esteve na cena do crime”, disse.

A perícia também levantou a hipótese do envolvimento de uma terceira pessoa no caso em razão de asfixia mecânica e fibrose no coração sofridas por Luana.

Ainda de acordo com o homem, o mencionado funcionário foi preso pelo furto do celular. Ele ressalta que a promotoria pede a ampliação do caso para que o envolvido responda por homicídio. A Justiça argentina, no entanto, nega a solicitação, sob justificativa de evidências insuficientes.

A família, porém, diz que há evidências do envolvimento do funcionário nas mais de 2,5 mil páginas do processo. “Não queremos, jamais, que alguém inocente seja condenado, mas não parece este ser o caso, segundo as evidências do processo”, escreveu Laura Melo, irmã de Luana.

“Queremos encontrar a verdade, queremos Justiça”, completou Kuhn, cunhado da vítima.