Semad oferece ajuda a famílias que precisam do rio Vermelho após vazamento de agrotóxicos
Vazamento de agrotóxicos aconteceu em razão de acidente automobilístico na GO-164, no dia 17 de dezembro. Duas pessoas morreram
Seis dias depois do acidente automobilístico que resultou no derramamento de agrotóxicos na GO-164 (Cidade de Goiás), às margens do rio Vermelho, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) busca agora alternativas para ajudar a população que normalmente usa água do rio para hidratar animais.
“A Semad reforça a recomendação para que não se utilize água do rio por enquanto, por precaução, e busca alternativas junto a outros entes públicos para atender a população que precisa do corpo hídrico para dessedentação animal. Quem fizer parte desse grupo deve entrar em contato com a secretaria pelo Whatsapp 62 9279-8321”, diz nota da Semad.
Nesta segunda (23), há relatos de moradores que disseram ter visto peixes mortos no leito. Estão no local equipes da Semad que trabalham na minimização dos danos ambientais e na coleta de água e monitoramento dos parâmetros de qualidade.
“Há pessoas empenhadas na raspagem manual do solo contaminado e acondicionamento em embalagens de alta densidade. Em paralelo acontece a lavagem das pedras, com auxilio de bomba costal, e sucção dos resíduos líquidos com auxilio do hidrovácuo”, diz a nota.
O acidente ocorreu por volta das 7h30 do dia 17 de dezembro e envolveu um caminhão e um veículo de passeio. As duas pessoas que estavam no carro faleceram e os dois ocupantes do caminhão estão hospitalizados. Já se sabe que a carga era roubada. Por consequência, não havia licença ambiental, com as devidas condicionantes, para o transporte do produto (como determina a lei).
A partir de embalagens encontradas no local do acidente, sabe-se que vazaram volumes de Fipronil, Blavity, Fox xpro, Sphere Max e Orkestra SC.
Protocolos do acidente com agrotóxicos
A Semad foi comunicada a respeito do acidente duas horas depois de ele ocorrer, por volta das 9h30. Acionou então o protocolo de emergências ambientais, que prevê a comunicação imediata da Saneago, Defesa Civil e do Batalhão Especializado em Operações com Produtos Perigosos do Corpo de Bombeiros. Enviou também para o local uma equipe da gerência que cuida de emergências ambientais e outra do seu próprio Centro de Análises Ambientais e Laboratoriais (Ceamb).
Enquanto bombeiros trabalhavam na contenção e recolhimento de embalagens e frascos de defensivos, que foram acomodados em sacos “big bag”, e na remoção das ferragens para retirar o corpo de uma das vítimas fatais, a Semad usou a placa para chegar no responsável pelo caminhão, a quem cabe a obrigação legal de contratar uma empresa para atender a emergência ambiental.
Valendo-se do que diz a lei federal 6938, que atribui responsabilidade indireta aos fabricantes dos produtos vazados, a Semad acionou a BASF e a Bayer. Ambas contrataram a Ambipar, que desde então trabalha no local.
“A Semad continua a monitorar a região da GO-164 e a trabalhar no monitoramento da qualidade da água do rio Vermelho, mas reforça a orientação para que, por precaução, não utilizem água do rio para consumo, nem para banho. As sanções administrativas cabíveis ao caso serão aplicadas pela secretaria. A Semad se solidariza com as famílias e amigos das vítimas nesse momento de dor”, diz a secretaria.