Serviços de saúde em Goiás geram cerca de 38,8 toneladas de resíduos por dia, diz relatório

Secretaria de Estado de Meio Ambiente investigou também método de disposição desses resíduos adotado em cada município

Relatório de monitoramento do Pers mostra como é a disposição dos resíduos da saúde em Goiás (Foto: Divulgação)

A geração de resíduos de serviços de saúde em Goiás chega a cerca de 38,8 toneladas por dia, de acordo com um relatório recém-publicado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). A média é de 0,0055 quilo para cada habitante por dia.

A Semad também divulgou informações sobre a destinação desses resíduos. Dos 228 municípios que responderam às perguntas sobre esse assunto no questionário que foi enviado pela pasta, 226 disseram que contratam empresas especializadas para fazer o descarte e em apenas dois a atribuição fica com a prefeitura.

O tratamento dos resíduos da saúde é feito por meio de métodos, técnicas ou processos capazes de modificar as características de risco desses resíduos, com objetivo de reduzir ou eliminar os perigos de contaminação, acidentes de trabalho e impactos ambientais adversos.

Em um questionário que admitia múltiplas respostas quanto ao procedimento utilizado, 71,1% dos 246 municípios goianos disseram utilizar a incineração em alguma etapa do tratamento. Outros 10,9% usam o aterramento e 6,9% assinalaram o uso de autoclave. “É importante citar que alguns municípios relataram até três destinações finais para os RSS, possivelmente baseadas na classificação dos resíduos”, explica a Semad.

Monitoramento
Essas informações estão no relatório de monitoramento do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (Pers). O plano é de 2017, e estabeleceu metas e diretrizes que norteiam o trabalho da Semad nessa área. No segundo semestre de 2023, a secretaria foi a campo para acompanhar o cumprimento dos objetivos traçados e produzir um diagnóstico do Estado.

Esse retrato foi feito com uso de fontes primárias e secundárias de dados. A primária é um questionário que foi enviado para todas as cidades de Goiás, com perguntas sobre coleta convencional, coleta seletiva, compostagem, triagem e cooperativas, entre outros tópicos. As fontes secundárias são o Ipea, IBGE, Instituto Mauro Borges e outras entidades aptas a fornecer subsídios ao relatório.

O que são os resíduos da saúde

GRUPO A: Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção.

GRUPO B: Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.

GRUPO C: Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.

GRUPO D: Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.

GRUPO E: Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, lâminas de bisturi; tubos capilares; micropipetas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares.