Servidores criticam sucateamento do SUS em Goiânia
Unidades sucateadas, falta de medicamentos e equipamentos, sistema informático problemático, déficit de pessoal e trabalho…
Unidades sucateadas, falta de medicamentos e equipamentos, sistema informático problemático, déficit de pessoal e trabalho em condições precárias tem sido algumas das principais razões de indignação para servidores municipais da Saúde. Para discutir solução e providências para minimizar – pelo menos – os problemas enfrentados pela Saúde Goianiense, trabalhadores se reunirão, nesta quinta (1°), em assembleia geral na Câmara Municipal de Goiânia.
Na pauta também estará o reajuste do vale alimentação, que atualmente é de R$ 7,50, o pagamento da data-base referente a 2017 e 2018, a inclusão de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agente de Combate a Endemias (ACE) no Plano de Carreiras, o descongelamento das progressões previstas no plano, o pagamento da dívida junto à previdência municipal e a realização de concurso público para aumento do efetivo.
De acordo coma presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde/GO), Flaviana Alves Barbosa, os problemas existem por falta de planejamento e por ausência de diálogo por parte da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) gerida por Fátima Mrué. “A secretária não dialoga. Não responde nossas demandas, não recebe entidades, trabalhadores e sindicatos. Ainda não implantou mesa de negociação permanente do SUS para a gestão atual discutir conosco os problemas da saúde”, observa.
A categoria aguarda os pagamentos da reposição da inflação dos anos de 2017 e 2018, mas até o momento a Prefeitura não fez sinalização de que isso será feito. “A desculpa que sempre ouvimos é de que não tem dinheiro nem para pagar folha, papel, mas, na prática, as contas não batem com esse argumento”, sinaliza.
SMS em contradição
Flaviana se refere aos números divulgados pala Secretaria de Finanças na manhã desta quarta-feira (31), que revelam a obtenção de um superávit orçamentário nas contas de 2017. De acordo com o secretário da pasta Alessandro Melo, houve um saldo positivo entre receitas e despesas de R$ 156,2 milhões.
Para Flaviana, as contas expostas mostram incompetência na gerência dos recursos que se referem à Saúde. Embora os índices tenham sido considerados favoráveis, com o investimento de 1.176 bilhão na área, R$ 660 milhões além dos 15% do orçamento exigidos pela Constituição Federal, servidores reclamam do sucateamento de unidades, falta de pessoal e de materiais para realização do atendimento ao público.
“Se tem todo esse recurso, devem estar comprando errado, comprando caro. Falta planejamento. A gente não tá vendo esse recurso ser aplicado na prática. Tem que rever, reavaliar. Onde está esse dinheiro? Precisam apresentar explicações transparentes para que possamos resolver o problema”, reforça Flaviana.
Caos na saúde
O sindicato também reivindica a reabertura de unidades fechadas para reforma. “o Cais do Urias Magalhães está fechado há cinco anos para reforma. Tem o do Jardim América também, que está em reformas há três meses. “Há falta de pacto de gestão, de compromisso mesmo. Não dá para trabalhar unilateralmente. O SUS é um sistema de participação social. Se não monta mesa, não dialoga, como vai construir um sistema de qualidade. Estamos aqui para questionar a prioridade dessa gestão e, pelo visto, não é a Saúde”.
Para a presidente “o prefeito e a atual secretária municipal de Saúde não podem continuar ignorando o caos na Saúde. É preciso melhorar a prestação dos serviços com investimento e valorizar o profissional porque saúde pública de qualidade se faz com competência administrativa. Esses problemas são graves e comprometem o trabalho do servidor e a assistência à população. Se continuar assim, não descartamos a possibilidade de uma greve”.
A secretária de Saúde Fátima Mrué também é criticada pelo vereador Clécio Alves, que preside a Comissão Especial de inquérito (CEI) da Saúde. Segundo ele, a gestora será convocada na retomada dos trabalhos para explicar o sucateamento do SUS em Goiânia.
O Mais Goiás cobrou uma resposta da Secretaria Municipal de Saúde e aguarda contato por meio de nota.