Servidores da Educação de Niquelândia protestam contra atraso de pagamentos
De acordo com o Sintego, os salários atrasados se arrastam desde 2016. Professores estão passando por dificuldades e tem sobrevivido com ajuda
Professores e servidores da rede municipal de Educação de Niquelândia, a cerca de 310 quilômetros de Goiânia, se reuniram mais uma vez na manhã desta quarta-feira (14) para manifestarem em frente a prefeitura do município. Os profissionais da educação cobram os salários atrasados que já acumulam seis meses, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego)
O Sintego informou por meio de nota que a prefeitura de Niquelândia acumula seis meses de salários atrasados que se arrastam desde maio de 2016. Na gestão anterior, em 2016, os salários de maio e dezembro, metade do salário de novembro e 30% do 13º salário não foram pagos. Ainda de acordo com o sindicato, alguns servidores que fazem aniversário nos meses de maio e dezembro não receberam nem os 70% referentes ao 13º que deveria ter sido pago na data do aniversário.
A professora Magda Fernandes é professora da cidade há 20 anos, ela disse ao Mais Goiás que em 2017 nenhum pagamento foi realizado e que a situação é desesperadora. Ela conta ainda que as manifestações vão continuar até que o pagamento seja realizado.
“A maioria dos servidores trabalham só para o município, nós não temos outra fonte de renda. Tem professores que estão com a água e energia cortada. As pessoas estão mobilizadas, fazendo cestas básicas, porque até comida está faltando na casa dos profissionais da educação”, conta a professora. Ela diz ainda que sente pena das crianças e jovens que precisam estudar, pois os maiores prejudicados são os estudantes. Mas reforça que a situação chegou no limite.
Com o protesto desta quarta-feira (14), os servidores já contabilizam 20 manifestações para cobrar o pagamento da prefeitura. Eles se manifestam com carreatas, passeatas, “panelaço” e até ocupação da secretaria de educação. Agora, os profissionais acamparam em frente à prefeitura com o compromisso de sair só quando o problema for resolvido.
Em nota, o Sintego informou que uma audiência entre o sindicato e o Ministério Público Estadual foi realizada na última terça-feira (6) onde o promotor de justiça Augusto Cézar se comprometeu a tomar as providências protocolando uma Ação Civil Pública, pedindo a obrigatoriedade do pagamento dos salários atrasados da prefeitura de Niquelândia.
O Mais Goiás tentou falar com a prefeitura, mas até o fechamento desta matéria nenhuma das ligações e e-mail foram respondidos.