Goiânia

Servidores da prefeitura aceitam proposta de pagamento da data-base, mas mobilização continua

Pela proposição aceita, os funcionários receberão o reajuste de 9,28% parcelado em três vezes. Trabalhadores ainda discutem outras cinco pautas com a administração municipal

 

Os servidores são unânimes em afirmar que não era o ideal, mas a maioria presente em assembleia dos trabalhadores  da Prefeitura de Goiânia, na manhã desta quinta-feira (9/6), em frente ao Paço Municipal, aceitou a última proposta da prefeitura referente ao parcelamento da data-base do funcionalismo. Pela proposição, encaminhada aos sindicalistas nesta quarta (8), os servidores receberão o reajuste de 9,28% parcelado em três vezes: 1,5% retroativo a maio, outro 1,5% em setembro e 6,28% em dezembro.

A assembleia geral que determinou a aceitação da proposta reuniu representantes de cerca de 12 entidades sindicais que representam trabalhadores das mais diversas áreas, como saúde, fiscalização de trânsito, obras e vigilância sanitária. Além da data-base, juntos eles reivindicavam o funcionamento adequado do Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Imas), maior proteção ao instituto de previdência, aplicação do Plano de Carreira dos servidores e a revogação do decreto de 2015 que tirou direitos dos servidores, conhecido como “decretão”. Por isso, o movimento sindical deve continuar tentando negociar as demais questões com a prefeitura para, no dia 28 deste mês, definir os rumos do movimento em uma nova assembleia.

Antes disso, porém, representantes dos sindicatos que representam os trabalhadores do município se reunirão na próxima terça-feira (14/6) na Câmara Municipal, no ato da leitura do projeto de lei que contempla a proposta acatada hoje, para pressionar os vereadores por sua aprovação. Segundo a prefeitura, o texto deve ser remetido ainda nesta quinta à Casa Legislativa.

“O nosso movimento, Reaja Servidor, continua porque nós temos cinco pautas a serem discutidas com a prefeitura. Passamos da primeira, que é a data-base. É uma proposta boa? Não. É razoável, desde que avancem as demais”, destaca a presidente do Sindsaúde, Flaviana Alves. “Nós estamos dando um voto de confiança a essa gestão para que se avancem as pautas específicas de outras categorias, além das gerais, como a situação do Imas, do IPSM e a revogação do decretão”, complementa.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores no Estado de Goiás (CUT-GO), Mauro Rubem, também ressalta que os servidores continuarão a pressionar a administração. “Nós, servidores públicos, queremos servir bem a população. A população precisa ser respeitada. Por isso exigimos que a prefeitura invista em melhores condições de trabalho”, diz.

Segundo ele, o indicativo de greve permanece e deve continuar, pelo menos, até a nova assembleia, no fim deste mês. Apesar disso, Mauro avalia que houve avanços nas negociações, já que, pela primeira proposta apresentada, a administração municipal pretendia pagar a última parcela da data-base apenas em março do ano que vem.

“A prefeitura percebeu que os servidores estão se juntando, unidos. Ainda não há a satisfação de todos, mas a gente reconhece o avanço”, declara. “Apesar disso, entendemos que precisa ser esgotada a pauta inteira.”

Paralisações

Com data-base ou sem data-base, algumas categorias já haviam anunciado paralisações e as estão cumprindo. É o caso dos técnicos de necropsia do Serviço de Verificação de Óbito de Goiânia (SVO) que, na manhã desta quinta-feira (9/6), iniciaram um período de 24 horas de manifestação por melhorias nas condições de trabalho.

De acordo com eles, nesse prazo de paralisação, corpos continuam sendo recolhidos. No entanto, as liberações, que costumam demorar cerca de uma hora, levarão seis.

O movimento teve início depois que um comunicado foi enviado à prefeitura sobre a possibilidade de paralisação dos serviços caso não houvesse proposta de melhorias para a categoria. Como não houve resposta, os trabalhadores levaram a manifestação adiante.

Guarda Civil

Outra categoria em vias de iniciar uma paralisação é o de servidores da Guarda Civil Metropolitana. Porém, diferentemente dos trabalhadores do SVO, a parada na prestação de serviços será por tempo indeterminado.

Segundo o presidente do sindicato da categoria, Carlos Elmir, a prefeitura foi avisada na última terça-feira (7/6) sobre o início da greve. “Estamos cumprindo o prazo de 72 horas previsto em lei e paralisaremos as atividades amanhã”, afirma.

Além dos problemas gerais que afetam todos os servidores do município, Carlos reclama também da falta de condições de trabalho. “Dos 1.500 guardas municipais, somente 400 tem o curso de armamento e tiro”, destaca. Para ele, pelo fato de a categoria ter hoje poder de polícia, é injustificável que a prefeitura não tenha se disposto a garantir a formação a todos os funcionários da área.

O presidente garante que vai continuar tentando negociar com a prefeitura em busca de uma solução para que possam encerrar a greve.