Educação superior

Servidores da UFG e IFs goianos paralisam atividades por reajuste salarial

Trabalhadores técnico-administrativos em educação reivindicam também direito à negociação coletiva; caso será julgado nesta quarta (20) no STF. Segundo sindicato, Ministério do Planejamento não sinaliza atendimento a demandas

Durante esta terça e quarta-feira (19 e 20) universidades e institutos federais de educação superior de todo o país estarão com as atividades paralisadas. Isso porque servidores técnico-administrativos dessas instituições reivindicam reajuste salarial, revogação da Emenda Constitucional n° 95, que congela investimentos públicos por 20 anos e, principalmente, o julgamento favorável ao direito à Data Base da categoria. Em Goiás, trabalhadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), Instituto Federal de Goiás  (IFG) e Instituto Federal Goiano (IF Goiano) aderiram ao movimento.

De acordo com o coordenador de administração e finanças do Sindicato dos Técnicos Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás (Sint-Ifesgo), a categoria tenta diálogo com o governo federal, mas as demandas não vem sendo atendidas. “Desde fevereiro, tivemos três encontros no Ministério do Planejamento, mas não temos nenhuma perspectiva de atendimento das reivindicações. Enquanto isso, a inflação vem corroendo nossos rendimentos, que já estão há dois anos sem reajuste”.

Segundo ele, a principal reivindicação é o julgamento favorável, no Supremo Tribunal Federal (STF), de processo que pode garantir o direito do servidor à negociação coletiva, como na iniciativa privada. “Isso eliminaria a ocorrência de greve por falta de reajuste, além de desfazer a necessidade de paralização apenas para abrir negociação com o governo, porque garante a reposição salarial com base na inflação. É um ponto importantíssimo para nós”.

A revogação da Emenda Constitucional 95, que estabelece um teto de investimentos segundo o montante de gastos do ano anterior reajustado pela inflação acumulada, também é combatida pelos trabalhadores.

“Isso tem implicado em queda no investimento em diversas áreas, não só na Educação. O governo retirou mais de 40% do orçamento previsto para custeio das necessidades das instituições. Só se recebe o mínimo e isso tem levado a uma situação difícil para pagar as contas. A UFG mesmo já tem uma dívida de mais de R$ 6 milhões com fornecedores e tem demitido grande percentual de terceirizados da vigilância e limpeza, por exemplo”.

O Mais Goiás aguarda posicionamento das referidas instituições de ensino superior sobre o movimento. IF Goiano decidiu não se pronunciar. Este portal também aguarda manifestação do Ministério do Planejamento.

Paralisação

Segundo o Sint-Ifes, mais de 1.400 servidores estarão parados em Goiás até amanhã, quando grupos de trabalhadores deverão ir à Brasília para pressionar e acompanhar o julgamento da referia causa no STF.

De acordo com João Pires, além de Goiânia, regionais das instituições no interior também são afetadas pelo movimento. Entre elas estão UFG da Cidade de Goiás e as federais de Jataí (UFJ) e Catalão (UFCat), que ainda possuem servidores ligados à UFG. Em Goiânia, o Hospital das Clínicas também está com atendimento comprometido.

Quanto ao IFG, unidades de Goiânia, Senador Canedo, Anápolis, Uruaçu e Inhumas estão parcialmente paralisadas. No IF Goiano, campi de Goiânia, Hidrolândia, Trindade e Iporá também estão com funcionamento limitado.