Servidores foram negligentes em incêndio que matou menores em centro de internação, afirma Polícia Civil
A Polícia Civil indiciou, por homicídio culposo, 13 servidores pelo incêndio que culminou, no…
A Polícia Civil indiciou, por homicídio culposo, 13 servidores pelo incêndio que culminou, no último dia 25 de maio, com a morte de 10 internos que cumpriam pena sócio educativa no 7º Batalhão da Polícia Militar, no Jardim Europa, em Goiânia. Adjunto da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), o delegado Hellyton Carvalho afirma ter obtido provas de que os servidores mentiram em depoimento, e demoraram quase cinco minutos para iniciar o combate ao fogo.
Imagens obtidas pela Polícia Civil indicam que o incêndio começou exatamente às 11 horas, 10 minutos e 40 segundos. O circuito interno do local também mostra que, logo quando as primeiras chamas apareceram, um adolescente que fazia o serviço de limpeza avisa os agentes.
“Somente quatro minutos e alguns segundos depois de serem avisados, é que a coordenadora, os agentes de segurança, e os educadores pegam alguns baldes e uma mangueira, e, então, começam a combater o fogo”, relatou o delegado.
O Corpo de Bombeiros, segundo as investigações, só foi acionado às 11 horas e 27 minutos. “Nós descobrimos também que eles só ligaram para os Bombeiros quando constataram que nove adolescentes já estavam sem vida dentro da cela, ou seja, eles descumpriram tudo o que determina o Procedimento Operacional Padrão”, pontuou.
A tragédia, segundo o delegado, poderia ter sido bem menor, caso o combate às chamas tivesse sido imediato. “O que observamos é que, devido à negligência e demora, o fogo se alastrou, e, com certeza, contribuiu para os 10 óbitos, por isso indiciamos todos eles,” concluiu Hellyton Carvalho.
Os 13 servidores que estavam de serviço no dia do incêndio foram afastados do serviço pela Secretaria Cidadã, que é quem cuida dos Centros de Internação de menores infratores em Goiás. O delegado concluiu dizendo não ter conseguido apurar se de fato existiam extintores de combate à incêndio na unidade, mas que isso seria irrelevante, uma vez que as chamas foram facilmente combatidas com a mangueira que existia no local.