Saúde

Sete municípios goianos estão abaixo da meta de vacinação contra sarampo e poliomelite

Secretário de saúde, Leonardo Vilela, alerta que a falta de imunização promove a criação de bolsões de pessoas não vacinadas e aumenta o risco de propagação dos vírus que estavam erradicados do país

Sete municípios de Goiás estão abaixo da meta de 50% de vacinação contra poliomelite e sarampo, conforme dados ofertados pela Secretaria do Estado da Saúde (SES). Com isso, a preocupação da pasta é que haja a conscientização dos pais para levarem os filhos para serem vacinados e erradicar o risco de surto, que já assola a região Norte do país.

Conforme a SES, as cidades são: Abadiânia, Baliza, Faina, Moiporá, Novo Planalto, Ouro Verde de Goiás e Portelândia. Em todo o Estado, houve a redução de crianças vacinadas desde 2016. Contra a poliomelite, apenas 57,73% das crianças menores de 1 ano se vacinaram. Já contra o sarampo, a qual a imunização está inserida na tríplice viral, atingiu a cobertura de 68,2%  de crianças com 1 anos de idade. Além disso, outros 182 municípios estão sinalizados como “risco alto” para a propagação das doenças e apenas 57 cidades estão denominadas com o risco “muito baixo”.

Queda nos números de crianças de um ano vacinadas contra tríplice viral em Goiás entre 2008 e até maio de 2018. (Fonte: sipni.datasus.gov.br/TABNET/ Reprodução: SES)

“Isso nos preocupa, pois estamos realizando bolsões de crianças no Estado. Essas baixas coberturas estão associadas com a desacreditação dos pais, o que não pode acontecer. O vírus do sarampo estava erradicado do Brasil, mas o país sofre com um forte fluxo imigratório de venezuelanos, local este aonde ocorre um surto da doença. Só na região Norte, 300 casos da doença já foram registrados”, destaca Leonardo Vilela.

Queda nos números de crianças menores de um ano vacinadas contra poliomelite em Goiás entre 2008 e até maio de 2018. Fonte: sipni.datasus.gov.br/TABNET/ Reprodução: SES)

Outra preocupação, segundo Leonardo, é o fato de casos da doenças terem se espalhados para outros estados, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em Goiás, o último caso de sarampo registrado foi em 1999. “Esses municípios que estão abaixo da meta de vacinação acaba sendo um ambiente propício para a manifestação das doenças. Muitos pais desta geração não viram como foi o surto dessa doença, até com óbitos, que assolou o Brasil há 50, 60 anos”, ressalta.

Vacinação

O secretário garante que o Estado conta com todos os índices de cada um dos 246 municípios do Estado para o monitoramento das doenças. Além disso, Leonardo também relatou que está sendo realizado um trabalho em conjunto com as secretarias de Saúde municipais, que são responsáveis pela distribuição das vacinas à população local.

“Os agentes de saúde também terão autonomia para realizar a verificação do cartão de vacina das crianças que moram no local e conscientizar os pais sobre os perigos dessas doenças e a importância da vacinação, pois a criança não tem discernimento dos perigos e não vão sozinhas aos postos de saúde para serem imunizadas”, destacou o secretário.

Com isso, a partir do dia 6 de agosto, estará aberta a vacinação contra poliomelite e sarampo. A campanha seguirá até o dia 31. A meta é atingir 95% das 364.626 crianças que fazem parte do público alvo. O dia D acontecerá no dia 18 do mesmo mês. Segundo o secretário, será realizado uma flexibilização de horário para que os pais não percam seus compromissos. “Teremos horários especiais para as aplicações das vacinas que não interferirão na rotina dos pais. Além disso, não temos o desabastecimento dessas doses nos postos”, ressalta.