GOIÂNIA

Sindicato dos trabalhadores da Saúde visitam Cais de Goiânia para investigar denúncias

Conforme apurado pelo Mais Goiás, o objetivo da visita aos cais de Goiânia é a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (Cei) da Saúde

O Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (SindSaúde-GO) informou que fará, na manhã nesta quarta-feira (5), uma visita em unidades de saúde de Goiânia para averiguar denúncias de problemas como superlotação, sobrecarga de trabalho e falta de profissionais e insumos. Membros da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Goiânia também devem participar da visita.

Inicialmente, as unidades a serem visitadas são o Cais de Campinas e Ciams/UPA Jardim América. De acordo com o SindSaúde, um dos principais problemas que serão averiguados é a falta de profissionais. Para a entidade, a prorrogação por 120 dias dos contratos dos trabalhadores que seriam encerrados no mês passado “por si só, não resolve o problema das unidades de saúde”.

“A rede municipal que já vinha sofrendo com o déficit de profissionais, ficou ainda mais prejudicada com o aumento dos casos de dengue, covid-19 e gripe, visto que um dos maiores gargalos do atendimento está na falta de profissionais como técnicos de enfermagem”, declarou a entidade, que destacou que uma das denúncias recebidas versava sobre um caso no Cais Bairro Goiá “onde há apenas duas profissionais, sendo uma senhora de 72 anos, que deveria estar afastada ou até mesmo aposentada”.

Segundo o sindicato, enquanto considera-se minimamente ideal para um plantão um número de 8 técnicos, “as unidades têm atuado com a metade desse quantitativo”. “Mesmo diante do aumento da demanda, unidades que antes tinham 9 plantonistas, agora estão atendendo com dois ou três”, afirmou.

Ciams do Jardim América é uma das unidades que receberão visita (Foto: Reprodução – Marcelo Carvalho/ Google Maps)

Visita a cais de Goiânia pode culminar em abertura de Comissão de Inquérito na Câmara

Conforme apurado pelo Mais Goiás, o objetivo da visita às unidades de saúde é a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Saúde na Câmara Municipal de Goiânia, diante da confirmação das denúncias.

Em entrevista à reportagem, o vereador e presidente da Comissão da Saúde na Câmara Municipal, Mauro Rubem (PT), disse haver “incompetência da Prefeitura de Goiânia” na questão da saúde na capital. De acordo com o parlamentar, mesmo diante da iminência da sobrecarga da rede, o Executivo “não conseguiu prorrogar a tempo os contratos que estavam vencendo e nem repor os funcionários”.

“A população tem sofrido muito. Eu, como presidente da Comissão de Saúde, posso dizer que pouco ou quase nada mudou da gestão passada para a atual”, disse Mauro Rubem, ao destacar que “existe uma inquietação” por parte dos vereadores quanto à situação em Goiânia e também a possibilidade de abertura de uma Cei da Saúde.

O que diz a Secretaria de Saúde

Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) declarou que “reconhece o transtorno enfrentado pela população que tem buscado atendimento de urgência na capital”, mas que “as escalas médicas estão completas” e “que não tem medido esforços para solucionar todos os problemas existentes”.

Veja a nota abaixo:

“A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reconhece o transtorno enfrentado pela população que tem buscado atendimento de urgência na capital. É um momento desafiador para as equipes da saúde também. A pasta informa que este é um período de transição, com necessidade de reorganização de equipes nas unidades de saúde, inclusive com a prorrogação dos contratos que seriam encerrados no mês de dezembro.
 A SMS lembra que as escalas médicas estão completas e ressalta que não tem medido esforços para solucionar todos os problemas existentes, uma vez que é um momento complexo relacionado às doenças infectocontagiosas. Salienta, ainda, a expectativa é de que nos próximos dias tudo volte à normalidade. Enquanto isso, a secretaria solicita que a população busque também atendimento nas Unidades Básicas de Saúde e que somente os casos mais graves procurem as unidades de urgência.”