Em alguns casos, quando o poder público não exerce seu papel de forma eficiente, cabe à própria população (ou ao menos a quem utiliza determinados serviços) fazer os ajustes para que tudo flua como deveria. É com esse pensamento que jovens skatistas estão tomando atitudes para corrigir imperfeições no piso da recém-inaugurada pista do Parque Marcos Veiga Jardim, no Park Lozandes, em Goiânia.
Pelas redes sociais, grupos de skatistas locais começaram a se mobilizar no intuito de realizar o “Mutirão da Lixa” nesta quinta-feira (21/7). A ideia é de simplesmente se reunirem no local, a partir das 20h, e lixar o piso do chamado “bowl” – uma parte da pista em formato de piscina – para que melhore a aderência para os praticantes do esporte.
Lojas como a Skate Shop, a Skatin’Go e a Associação Overall Skateboard promovem a iniciativa. O proprietário da Ambiente, Daniel Atassio, explica que o objetivo da ação é tão simples como parece. “Queremos lixar a pista para que fique menos escorregadia”, diz.
Segundo ele, a condição atual do bowl o torna impróprio para andar de skate, ainda que acidentes graves não tenham sido registrados. A culpa seria do tipo da tinta utilizada, conhecida como epóxi. “Não é a ideal. É pior que tinta óleo e eu nunca vi utilizarem em uma pista de skate”, comenta.
Os envolvidos no mutirão fazem questão de ressaltar por meio de suas atividades nas redes sociais que a lixação não vai afetar a pintura realizada no local. “[Lixar] só a camada mais superficial deve resolver o problema”, explica o panfleto virtual.
De acordo com Daniel, a mobilização não foi feita de forma repentina. A Agência Goiana de Transporte e Obras (Agetop), responsável pela obra, chegou a ser procurada para que o reparo fosse solicitado, mas a burocracia impediu que a conversa caminhasse. Assim, os próprios skatistas resolveram tomar as rédeas da situação.
“Goiânia é muito carente de obras desse tipo, então a galera está usando a pista”, diz o dono da Ambiente. “Nós contatamos a Agetop, perguntamos se eles fariam a correção, mas como não houve resposta, conversamos entre nós mesmos e resolvemos tomar a iniciativa.”
Pelas expectativas dos envolvidos, cerca de 40 pessoas devem se juntar para fazer os “reparos” na pista. Até a noite ela já deve estar pronta para o uso da forma como desejam os skatistas.
A Agetop foi procurada pelo Mais Goiás para comentar o caso, mas não houve retorno por parte do órgão até o momento desta publicação.