Só um PM atirou e matou refém em Senador Canedo, conclui perícia
Dos quatro policiais que participaram da ação, apenas dois foram indiciados. Um responderá por homicídio e o outro por fraude processual.
Dos quatro policiais militares que participaram da abordagem a um veículo roubado em 25 de novembro do ano passado em Senador Canedo, ação que terminou com a morte de um assaltante, e também do auxiliar de produção Tiago Messias Ribeiro, de 31 anos, que era mantido refém dentro do próprio carro, apenas dois foram indiciados pela Polícia Civil. Um dos policiais responderá por homicídio e o outro por fraude processual.
Segundo o Delegado Matheus Noleto, que investigou o caso, as imagens e os laudos periciais realizados pelo Instituto de Criminalística apontaram que dos quatro militares que desceram da viatura do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT) para abordar o carro onde estavam o auxiliar de produção e um assaltante de 17 anos, apenas o soldado Paulo Márcio Tavares, de 29 anos, foi quem atirou duas vezes no refém, que, mesmo socorrido, morreu antes de chegar ao hospital.
Já o sargento Gilmar Alves dos Santos, de 39 anos, que aparece nas filmagens entrando no carro roubado e atirando seis vezes contra o vidro, com uma pistola que seria do criminoso, teria, segundo a Polícia Civil, tentado simular uma troca de tiros.
“Ficou comprovado que os outros dois integrantes do GPT não participaram da ação que culminou com a morte do refém. Já em relação à morte do assaltante, concluímos que houve legítima defesa, já que ele estava armado com uma pistola calibre Ponto 40, e que com certeza atiraria contra os policiais, caso não tivesse sido neutralizado antes”, relatou o delegado.
Com dois volumes, o inquérito que apura o caso foi remetido ao Fórum de Senador Canedo no último dia 29 de dezembro. Os dois policiais militares indiciados chegaram a ser presos temporariamente no final de novembro, mas já foram soltos, e responderão ao processo em liberdade. Dois dias após a ação, os quatro militares do GPT foram afastados das ruas pelo Comando da PM, e estavam realizando apenas serviços administrativos.
O caso
Tiago Messias foi feito refém por um criminoso armado que invadiu a chácara onde ele estava com a família, na Vila Galvão, em Senador Canedo. Como queria roubar o carro, mas não sabia dirigir, segundo relato da família do auxiliar de produção, o criminoso obrigou Tiago seguir com ele como motorista.
Após ser perseguido por uma equipe da PM por várias ruas de Senador Canedo, o veículo foi interceptado a tiros por militares do GPT no momento em que passava pelo Centro da cidade, ocasião em que tanto o assaltante, quanto o refém, acabaram mortos pelos PMs. A abordagem foi toda registrada por uma câmera de segurança de um posto de combustíveis.