Sobrevivente de tentativa de latrocínio em agosto, motorista apresenta sua versão
Vítima de uma tentativa de latrocínio no dia 28 de agosto, um motorista de Uber,…
Vítima de uma tentativa de latrocínio no dia 28 de agosto, um motorista de Uber, que não quis ter o nome revelado, entrou em contato com o Mais Goiás para revelar sua interpretação dos fatos e para contestar a primeira versão do menor que o esfaqueou. O rapaz, de 17 anos – que também teve a identidade preservada -, chegou a afirmar à polícia que o condutor teria tentado abusá-lo sexualmente, para justificar o cinco golpes de faca que desferiu contra o trabalhador naquela data. A história, porém, foi descartada pela polícia, que colheu novo depoimento com a confissão do jovem.
Naquele dia, o motorista afirma ter levado o menor até a casa dele, de onde o então passageiro pediu para conduzi-lo até o trabalho. “Não desconfiei de nada pois é normal os clientes fazerem isso. Provavelmente ele entrou para pegar a faca que usou contra mim. Quando chegamos ao local combinado, ele anunciou o assalto”. Na sequência, houve uma discussão que culminou com as facadas.
Depois da agressão, ele revela ter fugido correndo, por cerca de dois quilômetros, por meio de um local de mata fechada. No fim do percurso, encontrou uma empresa, onde um guarda noturno ofereceu socorro. Ele ainda detalha que só voltou ao local para buscar o veículo no dia seguinte, após receber alta no hospital. “Quando estive lá, percebi que não tinha levado nada do carro, pois não conseguiu entrar no veículo, já que perdeu as chaves durante a nossa discussão. Estava trancado”.
Em sua primeira e descartada versão, o menor chegou a alegar que a faca utilizada na sua então defesa era do próprio motorista e estava no banco de trás do veículo. O condutor também nega. “A faca não era minha e não vejo sentido em andar com uma arma branca no banco traseiro do meu carro”. O profissional lembra que a polícia só localizou o adolescente quando mostrou aos agentes o endereço da mencionada residência.
Após o evento traumático, o homem lamenta o ocorrido e afirma ter dificuldade para retomar o trabalho no período noturno. “Não consigo mais dirigir à noite. Só voltei a trabalhar pois tenho contas a pagar e um bebê para criar. O clima é de medo, mas estou tentando levar minha vida”, conclui.
*Fabrício Moretti é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo