CRISE

“Sobrevivo com cestas básicas doadas”, diz trabalhadora da Feira Hippie

Feirantes organizam ato para pedir reabertura das atividades e buscam também ajuda emergencial. Maioria não teve acesso ao auxílio do Governo Federal

Feirantes querem o retorno da Feira Hippie em Goiânia | Foto: Reprodução

“Estou com quatro talões de água e quatro de energia atrasados”, diz a feirante Karla Karolinny da Silva. Ela está impedida de abrir sua banca na Feira Hippie devido às medidas de isolamento social para combate ao coronavírus. “Sobrevivo com cestas básicas”, lamenta. Nesta quarta-feira (27) profissionais protestaram na Praça do Trabalhador, em busca de apoio.

Karla faz parte do grupo de feirantes que quer a reabertura de uma das mais tradicionais feiras de Goiânia. Segundo ela, o clima entre os colegas que vivem das vendas na Feira Hippie é de total desespero, sem saber quando vão voltar a ter dinheiro para pagar as contas.

Assim, os feirantes se organizaram para ajuda mútua. Eles vão ao Ceasa toda sexta-feira para fazer cestas de verduras para doação geral. Para ter pelo menos o básico. “Eu nasci na Feira Hippie. Minha mãe tinha banca lá, depois foi trabalhar com outras coisas e eu fiquei. Nunca houve na história da Feira Hippie uma situação como essa”, lamenta.

A micro-empresária Uelma Ferreira, que tem uma banca de roupas infantis, também vê a saída na reabertura da feira. Mas entende que é preciso de uma ajuda emergencial. Já que muitos estão atolados em dívidas e sem de onde tirar dinheiro até para reiniciar a produção. “Eu e meu marido fizemos o pedido do auxílio do governo federal, mas ainda estamos em análise. Assim como nós, muitos estão sem condições nem de trabalhar”, afirma.

Auxílio e reabertura

Os feirantes pressionam o governo para uma possível reabertura, ou pelo menos pelo o que chamam de bolsa feirante. A ideia é que os 6 mil trabalhadores recebam pelo menos R$ 500 enquanto não podem retomar o trabalho, já que a maioria não consegue o Auxílio Emergencial de R$ 600 do governo federal.

Durante ato realizado nesta quarta-feira, o presidente da Associação da Feira  Hippie, Waldivino da Silva, defendeu a abertura. Ele afirma que se flexibilizar para a Região da 44 no dia 1 de junho, conforme solicitação dos lojistas, a Feira Hippie também deve voltar a funcionar. Para ele, a situação dos feirantes é insustentável.

A prefeitura, por meio da Secretaria de Comunicação, informou que o auxílio emergencial é fornecido pelo governo federal. A Secretaria Municipal de Atendimento Social (Semas)  que realizou cadastro de 53 mil cestas básicas que serão distribuídas às famílias que passam por dificuldades. Nova leva de cadastros deve ser aberto após término da primeira distribuição.