INCÓGNITA

Soldado Wallison: um ano de um homicídio sem solução

Autoria, motivação e dinâmica do crime ainda são incógnitas. Caso, considerado complexo, é investigado sob sigilo

Mãe de policial militar morto com tiro na cabeça em Aparecida de Goiânia cobra punição (Foto: reprodução)

Na próxima quarta-feira (23), a morte do soldado da Polícia Militar (PM), Wallison Miranda Costa, de 28 anos, completa um ano, mas o homicídio ocorrido em Aparecida de Goiânia ainda está sem solução. O caso, cuja investigação segue sob sigilo, gerou comoção popular e homenagens de figuras públicas como o então ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o governador Ronaldo Caiado. Ele foi morto a tiros durante um patrulhamento em Aparecida de Goiânia, a suspeita é de execução.

A Polícia Civil diz que espera, o quanto antes, apresentar os resultados conclusivos da investigação. Por ora, o informado foi que o crime é “altamente complexo” e as apurações estão em estágio avançado. Em nota, a corporação afirmou que mais de 50 testemunhas já foram ouvidas, além de suspeitos de terem cometido o crime.

Durante os meses de investigação, a Delegacia de Homicídios realizou diversas diligências, inclusive em outros Estados. A Polícia informou que foram apreendidas diversas armas e munições, mas sem citar a quantidade, onde e de quem são os itens. Além disso, um veículo e objetos possivelmente utilizados no crime foram localizados.

O caso segue sendo investigado e diligências ainda estão sendo realizadas. Tudo sob sigilo para que a investigação não fique prejudicada. A corporação diz que visa o esgotamento de todas as linhas investigativas levantadas para elucidar o caso.

O crime

O soldado Wallison morreu após ser atingido por disparo de arma de fogo na cabeça. No dia 22 de setembro de 2019, o policial estava em patrulhamento em uma viatura descaracterizada pelo Anel Viário, em Aparecida de Goiânia, quando teria sido parado por uma camionete S-10. O passageiro do veículo teria efetuado os disparos.

Os tiros acertaram a cabeça de Wallison e a perna de um segundo policial militar. Os dois foram encaminhados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Setor Buriti Sereno. Posteriormente, o soldado foi levado ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), passou por cirurgia para retirada da bala, mas não resistiu e morreu no dia 23 de setembro daquele ano.

O policial militar estava prestes a completar quatro anos na corporação e serviu em todas as fileiras. Desde 2018, integrava as forças especiais e se tornou membro do Comando de Policiamento Especializado (CPE).

Entrega de armas

Quatro dias depois do homicídio, os policiais militares que participaram de operação juntamente com o soldado Wallison entregaram as armas usadas pela equipe no dia em que o militar foi morto. À época, porém, não foram reveladas quantas e quais armas foram entregues, bem como o motivo do pedido.

Menos de um mês após o crime, a Polícia Civil realizou um procedimento de reconstituição do caso, mas as informações acerca da ação também não foram detalhadas à imprensa. Os militares presentes no dia do crime também foram ouvidos e o teor dos depoimentos não foi divulgado.

A morte do soldado ainda é uma incógnita e a autoria e motivação ainda são desconhecidas.