CAÇADA

SSP pede que eventual advogado de Lázaro procure a força-tarefa para negociação

Informações de que um defensor do suspeito negociava com a polícia foram negadas pela pasta

Força-tarefa que busca Lázaro em Girassol (Foto: Paula Coutinho / Mais Goiás)

No último comunicado emitido à imprensa na noite de terça-feira (23), a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) pediu para que o possível advogado do fugitivo Lázaro Barbosa procure a força-tarefa para uma negociação. Segundo o texto, não chegou nenhuma informação para a Polícia sobre qualquer tratativa para eventual rendição do criminoso que se esconde da polícia há 16 dias. As buscas pelo homem apontado como autor da chacina de uma família no DF continuam na manhã desta quarta-feira (23).

Notícias de que um defensor do suspeito negociava com a polícia chegaram a ser veiculadas na mídia, no entanto, a pasta estadual negou qualquer aproximação e reforçou solicitação de contato.

Durantes as buscas na terça-feira, a força-tarefa encontrou um lençol nas proximidades do presídio de Águas Lindas, local que pode ter sido usado por Lázaro como abrigo. O material foi encontrado por policiais com cães farejadores e passará por perícia da Polícia Científica de Luziânia para confirmar se foi utilizado ou não pelo fugitivo.

Antes, os policiais encontraram um veículo incendiado na BR-070. O veículo também vai passar por perícia para constatar se foi usado por Lázaro.

Defensoria Pública

Nesta semana, a Defensoria Pública do Distrito Federal chegou a solicitar à Vara de Execuções penais que Lázaro seja alocado em cela separada dos demais detentos, quando for preso. No entanto, a juíza da Vara de Execuções Penas do DF, Leila Cury, negou o pedido.

A Defensoria havia apontado que existe um exagerado “sensacionalismo” nas buscas por Lázaro, além da proliferação de memes e comparações com filmes de ações. Também segundo o texto, “a pessoa em situação de cárcere é vulnerável, ainda mais quando há a presença de grande repercussão midiática e o clamor da população que acompanha todos os passos dessa caçada em tempo real pelos meios de comunicação em âmbito nacional”.

Investigação

Vale destacar, oficialmente faz quatro dias que Lázaro não é visualizado pela polícia. Na segunda (21), o novíssimo Disque-Denúncia recebeu aproximadamente mil ligações. Infelizmente, a maioria era trote, ou sem relevância para o caso, segundo SSP-GO. Além disso, o Exército cedeu 40 rádios comunicadores para auxiliar as buscas. Os cerca de 270 policiais também contam com cinco cães farejadores, entre eles Cristal, cadela que atuou na busca por vítimas em Brumadinho.

Duas semanas de buscas

– Quarta-feira (9) – A onda de crimes tem início quando o suspeito invade uma casa em Ceilândia. Lá, ele teria matado o empresário Cláudio Vidal, 48; dois filhos dele, Gustavo Marques, 21; e Carlos Eduardo Vidal, 15; e sequestrado a mãe deles, Cleonice Marques, 43.

– Sexta-feira (11) – Polícia Militar do DF inicia buscas pelo suspeito.

– Sábado (12), à tarde – polícia encontra o corpo de Cleonice Marques. Cadáver estava próximo de um córrego na região de Sol Nascente (DF). Mulher estava nua, de bruços e apresentava cortes na região das nádegas.

– Sábado (12), à noite – Três pessoas são baleadas em uma casa na zona rural de Cocalzinho de Goiás. Suspeito teria forçado vítimas a fazer comida para ele enquanto as obrigava a fazer consumo de drogas. No local, Lázaro supostamente rouba duas armas de fogo e munições.

– Domingo (13), à tarde – Chácara é invadida em Cocalzinho de Goiás. Proprietário encontra imóvel revirado e dá falta do carro, um Corsa vermelho.

– Domingo (13), noite – veículo é abandonado na BR-070, após avistar bloqueio policial próximo à cidade de Edilândia. Suspeito foge à pé, supostamenete para região de mata. Investigadores ainda não confirmaram se responsável por abandonar carro é mesmo Lázaro.

Polícias militar e rodoviária federal destacam 120 policiais para o cerco, que tem auxílio de 3 helicópteros

– Segunda-feira (14), manhã – Mais policiais se juntam à operação de captura. Agora, são 210 agentes da PM-GO, PM-DF e Polícia Federal (PF) que atuam para detectar e prender Lázaro. Secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodnei Miranda acompanha os trabalhos in loco.

– Segunda-feira (14), noite – Lázaro pede comida em uma chácara em Edilândia, mas diante da negativa do caseiro atira com uma pistola contra a propriedade. O caseiro, que também estava armado com uma espingarda, revida, fazendo com que o procurado fuja do local correndo a pé.

– Terça-feira (15), tarde – Moradores de uma fazenda em Cocalzinho de Goiás afirma ter avistado Lázaro passando pela propriedade. Desesperados, eles orientam os policiais sobre o caminho que ele seguiu.

– Terça-feira (15), tarde – Três pessoas – uma mulher e duas crianças – foram mantidas reféns de Lázaro Barbosa em uma propriedade rural que fica a 5 km de distância do povoado de Edilândia. Os reféns foram libertados após troca de tiros com a polícia e o suspeito fugiu por um Rio próximo da fazenda.

– Terça-feira (15), noite – Lázaro teria retornado a uma propriedade que invadiu pela manhã em busca de alimentos. O proprietário encontrou a casa revirada e deu falta de produtos alimentícios.

– Terça-feira (15), noite – Secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda diz que equipes estão mais perto de capturar Lázaro e que não deixarão o local sem o suspeito.

– Quarta-feira (16), manhã – Secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda diz que suspeito não agiu nesta madrugada e que o cansaço será a estratégia para capturá-lo.

– Quinta-feira (17), manhã – A secretaria de Segurança Pública de Goiás informou que 20 policiais da Força Nacional vão auxiliar nas buscas por Lázaro, em Edilândia.

– Quinta-feira (17), manhã – Rodney Miranda, Secretário de Segurança de Goiás, afirmou que Lázaro está mais desgastado e cometendo mais erros.

– Quinta-feira (17), noite– Rodney Miranda, Secretário de Segurança de Goiás, confirmou que Lázaro foi visto pelo menos duas vezes e que houve pelo menos um confronto.

– Sexta-feira (18), manhã – Policiais encontraram uma vela de sete dias na região de mata de Edilândia, povoado de Cocalzinho de Goiás. O objeto, com o nome de Lázaro, foi localizado ainda na noite de quinta.

– Sexta-feira (18), manhã – Mãe de Lázaro fala pela primeira vez e pede ao filho que se entregue.

– Sexta-feira (18), manhã – Mãe de Lázaro fala pela primeira vez e pede ao filho que se entregue. Esposa do suspeito diz que ela e a filha sofrem ameaças e também pede que ele se entregue.

– Sexta-feira (18), tarde – Moradores de Girassol servem lanche a policiais e jornalistas, reconhecendo os esforços dos profissionais nas buscas por Lázaro e na divulgação de informações.

– Sábado (19), manhã – Policiais restringem para 10 km quadrados o perímetro de busca por Lázaro Barbosa. Helicópteros voltam a sobrevoar região. Forças de segurança auxiliam proprietários rurais que precisam alimentar os animais, mas estão com medo.

– Domingo (20), manhã – 270 policias seguem nas buscas por Lázaro.

– Domingo (20), tarde – Suspeita de Lázaro estaria em Águas Lindas é desmentida pela polícia.

– Segunda-feira (21), manhã – Lázaro Barbosa Sousa, 32, segue escondido em região de mata entre Edilândia e Girassol, em Cocalzinho de Goiás, segundo autoridades.

– Segunda-feira (21), tarde – Secretaria recebe quase mil denúncias sobre Lázaro, em 24h, a maioria trote. Além disso, o exército cedeu 40 rádios comunicadores para auxiliar as equipes. Segundo a SSP, cerca fica cada vez mais fechado.

– Terça-feira (22), manhã – Intensificação de barreiras em busca de Lázaro causa fila de carros na BR-070.

– Terça-feira (22), manhã – Um carro é encontrado queimado na região de Girassol.

O procurado

A série de crimes atribuída a Lázaro Barbosa, 32, teve início em entre 8 e 9 de abril de 2020, quando ele teria invadido uma propriedade rural de Santo Antônio do Descoberto. Quatro idosos estavam no local. Um deles foi atingido com golpe de machado na cabeça, mas sobreviveu, embora apresente sequelas, segundo a Polícia Civil goiana. Os outros idosos também foram agredidos, com menos gravidade. Lá ele roubou bens e celulares que depois foram recuperados pelos investigadores. À época ele foi indiciado por crime de roubo mediante restrição da liberdade das vítimas, emprego de arma branca e por tentativa de latrocínio.