INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

STJ arquiva processo do MP contra padre Robson

"Corrobora a inocência do meu cliente. Tratam-se de assuntos de entidade privada, sem participação de recursos públicos", diz advogado

Ontem (19), padre Robson compartilhou um texto no Instagram no qual fala da dificuldade de compreensão dos "desígnios de Deus" (Foto: Facebook - Padre Robson)

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) arquivou o processo do Ministério Público de Goiás (MP-GO) contra o padre Robson de Oliveira, nesta tarde de terça-feira (14). Trata-se de investigação criminal do ano passado, que já havia sido trancada pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), mas que o MP-GO recorreu.

Conforme lembra o advogado do religioso em Brasília, Cléber Lopes, a justiça em Goiás acatou a tese da defesa e trancou as investigações criminais contra o padre Robson por suspeita de uso recursos da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) e laranjas para fins criminosos.

À época, o TJ-GO entendeu que a entidade (Afipe) era privada e o MP-GO não tinha como controlar o uso de seus recursos financeiros.

Já a sexta turma do STJ, após ouvir as ponderações das partes, entendeu que houve, por parte do Ministério Público, um comportamento processual que fez o TJ-GO verificar a “prejudicialidade” do recurso especial interposto. Os juristas acompanharam o relator, ministro Olindo Menezes, e negaram provimento ao agravo regimental.

“A turma por unanimidade negou provimento ao agravo interposto pelo Ministério Público Federal e MP-GO”, declarou o responsável por presidir a sessão, ministro Rogério Schietti Cruz.

Também advogado do padre, Pedro Paulo de Medeiros, que participou do julgamento, comemorou a decisão. “Corrobora a inocência do meu cliente. Tratam-se de assuntos de entidade privada, sem participação de recursos públicos.”

O portal também entrou em contato com a associação, que preferiu não comentar. “A Afipe não foi parte desse processo.” Em relação a um possível retorno do religioso, a comunicação informa que “a Afipe tem nova diretoria constituída. E não existe nenhuma discussão de troca dessa diretoria.”

A arquidiocese de Goiânia também foi procurada para comentar. Contudo, informou que apenas que “não tem novos pronunciamentos a respeito e quanto a Afipe”.