Interrupção

STJ mantém trancamento de investigação contra João de Deus por falsidade ideológica

Decisão ainda contempla a ex-assessora de imprensa do médium, Edna Gomes, acusada de falsificar documento para beneficiar o religioso no processo. Defesa nega

Médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, condenado por crimes sexuais (Foto: Alan Marques/FolhaPress)

Uma ação por falsidade ideológica contra o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, e outras três pessoas teve seu trancamento confirmado nesta semana pelo ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Nefi Cordeiro. O religioso já está condenado a 64 anos de prisão por crimes sexuais cometidos, principalmente na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia.

Cordeiro manteve a determinação expedida pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) em fevereiro, com intuito de interromper o processo. Nesse caso, a ex-assessora de imprensa de João de Deus, Edna Gomes, era acusada de ter forjado a confecção de declaração em cartório com objetivo de provar a inocência do líder espiritual nos casos de abuso que enfrenta.

O documento supostamente forjado, segundo o Ministério Público, seria assinado por uma mulher conhecida do médium. Levantou-se também que a suspeita frequentava a casa Dom Inácio e atuava na venda de pedras preciosas, além de conduzir excursões de pessoas de todo o Brasil ao centro espírita em Abadiânia.

O MP recorreu da decisão de trancamento no TJ ao STJ sob argumento de que houve tentativa de alteração da verdade, com finalidade de beneficiar João de Deus com a inocência. Apesar do recurso, Nefi manteve o veredicto.

A defesa de Edna, composta pelo advogado Demóstenes Torres, afirma que a acusação contra a cliente foi forjada pelo MP e não produz efeitos judiciais. Apesar disso, ele garante que as declarações de Edna no processo são verídicas.

 

*Com informações do portal Rota Jurídica