Suspeito de agenciar contas para golpes aplicados na internet é preso em Jataí

A Polícia Civil prendeu um homem suspeito de agenciar contas bancárias para depósito de valores em dinheiro fruto de golpes aplicados na internet. Ação policial aconteceu na última quinta-feira (23), na cidade de Jataí, no Sudoeste goiano. Na ocasião, agentes civis também cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa do investigado.

De acordo com as investigações, o homem é integrante de uma facção criminosa que aplica golpes na internet. Sua função era de aliciar pessoas a emprestarem suas contas bancárias para o recebimento das transferências de dinheiro das vítimas e, assim, mascarar a origem do dinheiro.

Durante as buscas na casa do suspeito, localizada no Setor Antena, a polícia apreendeu celulares que seriam utilizados nos golpes. Vale citar que, segundo a corporação, o homem tem três antecedentes criminais por tráfico de drogas.

Entenda os golpes na internet

Ao Mais Goiás, o delegado Marlon Souza, explicou que o grupo criminoso costuma procurar homens casados como alvos principais dos golpes. Eles costumam coletar informações sobre a vida pessoal e profissional de cada vítima, para usar contra elas durante o crime.

Primeiro, os criminosos entram em contato com as vítimas, se apresentando como garotas adolescentes. Depois, iniciam uma conversa nas redes sociais, que evolui até a troca de números de telefone. Em seguida, iniciam conversas de cunho sexual e enviam fotos íntimas, que pegam em sites diversos na internet.

Quando a vítima já parece convencida e interessada na suposta garota, os criminosos começam a também pedir fotos íntimas. Pouco tempo depois que as vítimas enviam essas imagens, os criminosos passam a extorqui-las, com ameaças de que vão expor as conversas e as imagens.

Outro fator importante sobre o golpe, é que como costumam se passar por adolescentes, os criminosos ainda alegam que vão denunciar as vítimas para a polícia, por se tratar de uma ‘relação’ ilegal. Em alguns casos, eles usam outros números de telefone e entram em contato com as vítimas se passando pelo suposto pai da adolescente, para intimidar.

“Mandam mensagens como se fossem pais da tal adolescente, dizendo que descobriram tudo e que vão na polícia denunciar. Depois, pegam fotos de delegados, policiais, de banners da polícia e usam como se fossem autoridades, para intimidar essas vítimas. Como, em geral, as vítimas são homens casados, eles pagam os valores que os criminosos pedem para não ter a vida exposta”, explica o delegado.

Prejuízo

De acordo com o delegado Marlon, a polícia não sabe ao certo quantas pessoas já foram vítimas do golpe. Mas, acredita-se que tenham sido muitas.

Os valores exigidos pela facção também variam conforme a condição financeira de cada vítima. Já foram vistas pela polícia transferências de R$ 3 mil, R$ 5 mil e até R$ 10 mil.

Segundo o delegado Leonardo Dias, adjunto da 2ª DP e responsável direto por coordenar o combate a tais modalidades criminosas, a prisão do suposto agenciador de contas representa um avanço, atingindo o responsável pela dispersão dos valores de origem ilícita.

O delegado Marlon ressalta que tais crimes têm sido verdadeira diversificação da atividade de tráfico, típica dessa facção criminosa.