Suspeito de empurrar empresário de piscina em Caldas Novas é indiciado pela PC
Inquérito foi encaminhado ao Judiciário. Conjunto probatório ressalta que rapaz teria agido por ciúmes, dificultando a defesa da vítima
A Polícia Civil (PC) indiciou o empresário Sérgio Reis de Oliveira Júnior, de 24 anos, por tentativa de homicídio duplamente qualificado. Ele é suspeito de empurrar Luiz Henrique Cavalcanti Romano, de 22 anos, de uma piscina de borda infinita a seis metros de altura em Caldas Novas, na véspera do Natal do ano passado.
De acordo com o relatório oficial, a motivação do crime seria por ciúmes e ocorreu após a ingestão de bebidas alcóolicas – o que qualifica motivação fútil. O texto destaca que Sérgio teria dificultado a defesa de Luiz Henrique pois “o investigado empurrou a vítima pelas costas, enquanto este subia a borda da piscina […] tendo em vista a impossibilidade de a vítima esboçar reação naquele momento.” O documento já foi encaminhado para o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO).
Murilo Falone, advogado de Luiz Henrique, afirma que a família recebeu a notícia com esperança para a que o suspeito seja julgado e condenado. “Buscaremos junto ao Ministério Público para a prisão dele já que esse individuo não pode responder em liberdade”, destaca.
A defesa de Sérgio Reis, representadas por Gilles Gomes e Allan Hahnemann, disse por meio de nota que Sérgio “mantém a posição de irrestrito respeito às autoridades, colaborando para a elucidação dos fatos e atendendo a todos os chamamentos dos órgãos envolvidos, reiterando, por seus advogados, o desejo da pronta recuperação de Luiz Henrique.”
O Mais Goiás tentou contato com o delegado Alex Lima para comentar o inquérito, mas as ligações não foram atendidas.
Relembre
Na véspera de Natal, a vítima foi a uma festa em um sobrado, quando houve um desentendimento com demais pessoas do local. Imagens de câmeras de segurança mostram que uma briga teve início e algumas pessoas caíram na piscina. Luiz, que estava acompanhado por dois outros amigos, foi agredido e um dos homens ainda lhe aplicou um golpe conhecido como “mata-leão”.
Depois disso, o empresário conseguiu se desvencilhar, tentando sair da piscina. Nesse momento, o suspeito Sérgio Júnior, de 24 anos, empurrou o jovem de uma altura de seis metros.
A vítima ficou 14 dias internada, 11 deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Nossa Senhora Aparecida, em Caldas. Ele recebeu alta no último dia 7 de janeiro. A mãe do jovem disse ao Mais Goiás sobre o alívio de ver o filho fora da unidade de saúde. “Quando o Luiz Henrique foi intubado e sedado, eu achei que ele não sairia mais do hospital. Teve uma enfermeira que eu abracei e ela que me socorreu, me colocou pra cima, me disse que ele iria sair dessa”, recordou, com a voz embargada.
Investigado por homicídio
No último dia 29 de dezembro, o Mais Goiás noticiou que o suspeito de empurrar o empresário na piscina é investigado em Goiânia pela morte do agropecuarista Luiz Darlan Alkimin, de 52 anos. Conforme expõe a corporação, as investigações do mencionado caso ainda estão em andamento, em caráter sigiloso, na Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH) da capital.
Informações da época do crime são de que o agropecuarista foi baleado no momento em que chegava em casa, uma chácara no Setor Orlando de Morais. Ele foi atingido por dois disparos. A caminhonete da vítima, uma Toyota Hilux, foi levada e abandonada na saída de Nova Veneza. Luiz Darlan ocupou a chefia da secretaria de Infraestrutura de Goiás no governo de Alcides Rodrigues (PP) e foi diretor da Goiás Fomento e da Agência Goiana de Habitação (Agehab).
Em nota (confira íntegra abaixo), a defesa de Sérgio Júnior disse que o suspeito prestou esclarecimentos à autoridade policial e se mantém à disposição da Justiça. Segundo o texto, as atenções estão voltadas à “plena e imediata recuperação de Luiz Henrique”.
O Mais Goiás também conseguiu uma foto do sobrado em que a vítima foi empurrada. A fachada mostra a altura da piscina e que a vítima caiu sobre um jardim que estava embaixo do local. Segundo o advogado, isso que amorteceu a queda dele. Mesmo assim o jovem quebrou a mandíbula, clavícula, oito costelas e uma vértebra.