Suspeito de mandar matar Agno Rainere em São Miguel é solto após habeas corpus
De acordo com a decisão, o juiz Wilson Faiad afirma que o suspeito tem bons antecedentes, moradia própria e trabalho lícito
O ex-sogro do pecuarista Agno Rainere, de 42 anos, Cacildo Amaral, de 70, foi solto após um habeas corpus deferido pelo juiz substituto Wilson Satafle Faiad. Ele foi preso no último dia 4 de novembro suspeito de mandar matar o ex-genro. Desde então, ele estava detido na Delegacia Estadual de Capturas (Decap). Outros cinco suspeitos pelo crime continuam presos.
Na decisão, o juiz alegou que o suspeito tem residência fixa, trabalho lícito e bons antecedentes criminais. Por isso, não há razões consideráveis para que ele continue preso. Por meio de nota, a defesa nega que ele tenha participação no crime ou interesse na morte de Agno.
“Ele lutará para mostrar que não tem qualquer relação com o crime, inclusive está disposto a contribuir com as investigações para que os fatos sejam esclarecidos. Cacildo, aliás, recrimina veementemente essa atitude e espera que os responsáveis respondam por ela”, diz o texto.
Relembre o caso
No dia 30 de outubro, um homem parou uma moto perto do pecuarista Agno e efetuou ao menos seis disparos. Após o crime, o motociclista fugiu e teve ajuda de um comparsa, que conduziu um carro Vectra em que os dois fugiram. A motocicleta utilizada no homicídio foi queimada e o veículo usado na fuga foi apreendido pela Polícia Civil (PC).
Ainda de acordo com a PC, a motivação do crime seria uma briga por conta de divisão patrimonial da recente separação da vítima com a ex-esposa. As investigações apontam que o ex-sogro teria encomendado a morte de Agno por R$ 150 mil.
De acordo com a corporação, cinco dos seis suspeitos presos confessaram o crime. Nomes e imagens dos supostos autores não foram divulgados. Segundo as apurações, um advogado intermediou a contratação de um ex-agente prisional, que recebeu R$ 80 mil para então acionar um pistoleiro e um motorista; ambos receberam R$ 10 mil.
Em entrevista coletiva realizada na última segunda-feira (9), o delegado Elton Diogo Fonseca afirmou que o crime foi planejado após sucessivas brigas entre a vítima e o ex-sogro durante o processo de separação do empresário e da ex-esposa, depois de o homem supostamente descobrir traição da então companheira.
De acordo com Elton, o crime passou a ser tramado no início de setembro. Os suspeitos vigiaram o empresário por alguns dias, mas concluíram que o crime não seria possível naquele período, já que a vítima morava em um condomínio fechado. Por este motivo, o assassinato foi cometido no momento em que o homem chegava na empresa em que atuava.