CASO DOS ADVOGADOS

Suspeito de matar advogados procurou casa para comprar no dia seguinte ao crime

Com prisão de fazendeiro que teria encomendado as execuções, polícia conclui inquérito que apurou duplo homicídio ocorrido no final do mês passado em Goiânia

Suspeito de matar advogados procurou casa para comprar no dia seguinte ao crime

A Polícia Civil afirma já ter provas contundentes contra os cinco suspeitos de participação na trama que culminou com o assassinato de dois advogados em Goiânia no último dia 28 de outubro. Durante as investigações, os agentes descobriram que no dia seguinte ao duplo homicídio, um dos executores procurou, no Estado do Tocantins, casas para comprar com o dinheiro que receberia pela empreitada criminosa.

Marcus Aprigio Chaves, de 41 anos, e Frank Alessandro Carvalhaes de Assis, de 47 anos, foram mortos no escritório em que trabalhavam na Rua 9 A, no Setor Aeroporto. Menos de 48 horas após o crime, agentes da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH) prenderam, no Tocantins, um dos executores, Pedro Henrique Martins Soares, de 25 anos. O outro pistoleiro que entrou com ele no escritório dos advogados, Jaberson Gomes, de 25 anos, foi morto na noite do dia 30 de outubro, após confronto com policiais militares em Porto Nacional, também no Estado do Tocantins.

Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que no dia seguinte ao duplo homicídio, Pedro Henrique visitou algumas casas que estavam à venda em Porto Nacional. A namorada dele também está sendo investigada suspeita de participar da trama criminosa que culminou com o assassinato dos dois advogados.

Mandante preso

Com a prisão na tarde de terça-feira (17) na GO-050, perto da cidade de Catalão, do fazendeiro Nei Castelli, de 58 anos, a DIH acredita já ter identificado todos os envolvidos no duplo homicídio. “Já temos provas suficientes que o fazendeiro encomendou o crime e prometeu pagar inicialmente R$ 100 mil para os executores, mas este valor sequer foi repassado porque agimos rápido, conseguimos prender um deles em flagrante, e o outro foi morto em confronto com a PM do Tocantins. Precisamos agora apenas confirmar se a namorada do Pedro Henrique participou da trama, ou não, mas já existem indícios de que ela seria a pessoa responsável por coletar o dinheiro”, descreveu o delegado Rhaniel Almeida, adjunto da DIH.

Um homem de primeiro nome Cosme, que teria sido quem contratou os pistoleiros à mando do fazendeiro, também foi preso no final da semana passada no Tocantins. O duplo homicídio teria sido motivado pelo fato dos advogados terem ganho na justiça uma ação de desapropriação de terras contra familiares de Nei Castelli, que há mais de 10 anos teriam invadido uma fazenda avaliada em quase R$ 50 milhões em São Domingos, cidade goiana que fica na divisa com a Bahia.

No momento em que foi localizado e preso ontem, o fazendeiro, segundo a polícia, estava fugindo em sua camionete, junto com a esposa, para o Paraná. No carro dele, os agentes apreenderam R$ 34 mil em dinheiro. Nei Castelli ainda não foi ouvido pela polícia, e a reportagem do Mais Goiás não conseguiu localizar os responsáveis por sua defesa. O espaço, porém, está aberto, caso alguém queira se pronunciar.

Nei Castelli
O suspeito de mandar matar os advogados Marcus Aprigio e Frank Alessandro Carvalhaes de Assis, de 47, chegando à delegacia em Goiânia (Foto: Jucimar de Sousa)