Suspeito de matar mãe e filho em Itapirapuã já foi condenado por abuso de menor
Local onde o abuso aconteceu foi o mesmo onde os corpos de mãe e filho foram abandonados
O homem de 53 anos suspeito de matar mãe e filho e abandonar os corpos em um sofá em um lote baldio às margens da BR-070, em Itapirapuã, já foi condenado por estupro de vulnerável, em 2014. A informação foi confirmada pela Polícia Civil. A vítima do abuso procurou espontaneamente o Mais Goiás e relatou que, na época, a condenação foi de 10 anos de reclusão, mas o suspeito foi liberado após cumprir metade da pena. Hoje com 23 anos, a moça revela que o homem era padrasto dela e que tinha 15 anos quando sofreu a violência sexual.
De acordo com a vítima do abuso, em setembro de 2014, o irmão dela passou mal e a mãe o levou para um centro de saúde na Cidade de Goiás, a 58 km de Itapirapuã, sem avisá-la. Ela permaneceu na cidade, onde trabalhou em um comício politico na data do crime. O suspeito, que tinha um relacionamento com a mãe dela há cerca de um ano, teria procurado-a no evento e dito que a mãe esperava por ela na porta de uma igreja, pois as duas precisavam conversar com urgência.
“Na época, eu não tinha celular e não sabia que minha mãe estava na Cidade de Goiás, com meu irmão. Entrei na kombi que ele usava para trabalhar, ele era motorista de alunos, e pensei que me levaria pra ver minha mãe. Assim que eu fechei a porta da Kombi, ele começou a dirigir ao contrário da igreja e quando perguntei onde estava me levando, ele já me mandou calar a boca. Primeiro, me levou no mesmo lugar onde deixou os corpos da mulher e do menino. Lá, ele já começou a me tocar”, conta.
Ela relata que o suspeito a agrediu com uma chave de trocar pneus para que ela parasse de gritar. Ao ser atingido na cabeça, a vítima desmaiou.
“Quando acordei, estávamos em outro local, era uma fazenda e lá, ele cometeu atos sexuais comigo e depois, me deu vários remédios pra ingerir e eu apaguei novamente. Ainda lembro de acordar no fundo do quintal de casa. Ele ainda me levou pra dentro de casa, me deu banho e falou pra minha mãe que eu tinha sofrido um acidente porque estava drogada, mas a verdade é que ele pensou que eu não ia lembrar dos atos sexuais se me desse os remédios”, revela.
Cumprimento da pena
Uma tia foi quem desconfiou e a levou para um hospital, onde exames constataram o estupro. O caso foi registrado na delegacia da Cidade de Goiás. O homem foi preso e condenado a 10 anos de reclusão em regime fechado pelo crime de estupro de vulnerável, mas teve bom comportamento e foi liberado após cumprir cinco anos da pena.
“No final do ano passado, ele esteve na casa da minha tia em Goiás Velho. Chegou do nada procurando onde minha mãe morava, mas minha tia trancou os portões e ele não chegou a fazer nada. Nós temos muito medo dele querer se vingar, ele não tem mais nada a perder”, comenta a vítima.
Mãe e filho encontrados mortos
O homem é suspeito de matar Joicemeire Conde Cardoso, de 39 anos, e João Vitor Conde, de 8 anos. Os corpos foram encontrados após vizinhos denunciarem um forte odor que emanava do local. Quando a equipe da Polícia Técnico-Científica fazia a retirada do corpo da vítima, encontrou o corpo da criança escondido no braço do sofá, ambos já em estado de decomposição.
Os dois foram levados para o Instituto Médico Legal (IML), onde familiares os reconheceram. Os peritos acreditam que mãe e filho tinham sido mortos há pelo menos cinco dias.
O crime foi motivado por ciúmes do suspeito, que tinha um relacionamento casual com Joicemeire.
Em 2020, ele foi preso por violência doméstica ao agredir a vítima de assassinado por ela questionar sobre consumo de cerveja pela manhã. Ela conseguiu a medida protetiva, que foi ignorada pelo homem que a matou.
Leia outras notícias no Mais Goiás
Adolescente revela estupro depois de dois anos e suspeito é preso, em Anápolis
Polícia procura por suspeito de estuprar três menores de idade em Santa Rosa (GO)
Médico é preso por estupro de paciente que passava por cesárea, na Baixada Fluminense
*Jeice Oliveira compõe programa de estágio do Mais Goiás sob supervisão de Alexandre Bittencourt