NÃO ERA PAI DE SANTO

Suspeito de violentar mulheres que buscavam ajuda espiritual não tem registro de pai de santo

Até agora, seis vítimas já foram identificadas, sendo que três delas já prestaram depoimento

Suspeito de estuprar mulheres que procuravam ajuda espiritual não tem registro de pai de santo (Foto: Divulgação – PC)

O homem de 46 anos, que está sendo investigado pela Polícia Civil por suspeita de estuprar mulheres que procuravam ajuda espiritual, em Aparecida de Goiânia, não tem registro de pai de santo. A informação é de um levantamento feito pela Federação de Umbanda e Candomblé de Goiás (Fuceg) junto à federação brasileira e outras entidades. Conforme a polícia, o suspeito coordenava uma casa de Umbanda em Aparecida, mesmo sem registro, e já teria abusado sexualmente de seis mulheres.

De acordo com o presidente da Fuceg, Salmo Vieira, o homem estava trabalhando de forma ilegal no suposto terreiro de umbanda. Isso porque, no sistema da federação não consta nenhum registro pelo nome do suspeito, de iniciais G.P.S.

Além disso, também não há registro com o nome Júnior de Omulu, como ele também se apresentava para as mulheres. Segundo o levantamento, não existe nenhum registro no nome do suspeito nem em relação a ele. Portanto, não é possível saber nem mesmo qual casa em Goiás ele estaria ligado.

Falso pai de santo estuprava mulheres

A delegada Cybelle Tristão, que investiga o caso, explicou que o suspeito teria cometido estupros contra mulheres que procuraram ajuda espiritual na casa de umbanda supostamente dirigida por ele. Quando questionado sobre o motivo do contato sexual, ele afirmava que fazia parte do tratamento. Para amedrontar as vítimas, dizia que a vida delas seria arruinada para sempre, caso fosse denunciado.

A Polícia Civil apreendeu 12 facas com o homem dentro do suposto terreiro, quando ele foi preso na sexta-feira (26). (Foto: Divulgação – PC)

Até agora, a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) já identificou seis vítimas do homem. Metade delas já prestaram depoimento naquela especializada. Uma, inclusive, disse que após ter sido estuprada precisou fazer uma cirurgia no intestino, que foi perfurado durante o abuso.

“Os abusos começaram no ano passado, e, a princípio, as mulheres ficaram com medo de denunciar, mas depois de conversarem umas com as outras, levaram o caso à Federação de Umbanda e Candomblé do Estado de Goiás, que nos procurou”, descreveu a delegada Cybele Tristão.

Investigação

A Polícia Civil tem denúncias ainda não confirmadas de que uma das vítimas é uma idosa e outras duas seriam menores de idade.

Segundo os agentes civis, além de ter sido preso preventivamente na manhã desta sexta-feira (26), o suspeito também foi indiciado por posse ilegal de munições, já que os policiais encontraram, na casa dele, duas munições de revólver calibre 38. Polícia também apreendeu 12 facas.

No site do Tribunal de Justiça de Goiás, onde corre o processo, consta que ele está preso preventivamente. O Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa dele.

Nota da Federação de Umbanda e Candomblé de Goiás

A Federação de Umbanda e Candomblé do Estado de Goiás – F.U.C.E.G, vem a público esclarecer sobre o episódio noticiado pela imprensa escrita e televisiva do suposto sacerdote suspeito de uma série de crimes sexuais cometidos em Aparecida de Goiânia – GO, tendo o mesmo sido preso preventivamente após denúncia de estupro a mulheres que o procuravam para obter ajuda espiritual.

A F.U.C.E.G, esclarece que o denunciado não integra esta entidade como federado; que tem acompanhado todas as denúncias para que o fato seja esclarecido devidamente pelos órgãos competentes; que dará sustentação de apoio as vítimas dentro do que cabe a Entidade F.U.C.E.G, na observância de apurar se o denunciado consta filiado a alguma entidade em outros Estados e se o mesmo tem direitos de exercício de sacerdócio.

Diante de todas essas observações nos colocamos a disposição para eventuais e futuros esclarecimentos que envolvam o caso.