Homicídio

Suspeito ficava nervoso ao responder perguntas sobre Ana Clara, diz delegado

Descobrir se o agente de revenda gráfica Luis Carlos Costa Gonçalves, de 35 anos, teve…

Descobrir se o agente de revenda gráfica Luis Carlos Costa Gonçalves, de 35 anos, teve ajuda para matar e ocultar o cadáver de Ana Clara Pires Camargo, de 7 anos, é o próximo passo da investigação. “Mesmo com a morte do principal suspeito nessa quarta-feira (22), a investigação não está concluída. Ainda vamos ouvir muitas pessoas e esperamos pelos laudos periciais”, afirma titular da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), Valdemir Pereira da Silva.

De acordo com o delegado, ainda falta descobrir como o suspeito atraiu a menina para o carro e para onde a levou. “Desconfiamos que ele cometeu outro assassinato contra uma mulher e já tentou colocar duas meninas dentro do carro dele no ano passado”, afirma Valdemir.

Luis Carlos foi interrogado pelo delegado na terça-feira (21). Valdemir afirma que o suspeito estava muito nervoso e sempre desviava o olhar quando eram feitas perguntas sobre Ana Clara. Quando a questão era sobre outros assuntos, ele olhava para os policiais. “Naquele dia ele saiu da delegacia como um suspeito muito forte do crime, mas ainda não era possível prendê-lo”, afirma Valdemir.

O delegado conta que logo após este depoimento, ele e uma equipe de policiais foram até a escola da menina conversar com professores e coordenadores. No local, ele ficou sabendo que em novembro do ano passado um homem em um carro prata passava na porta da escola oferecendo balas para as meninas e tentou colocar duas delas dentro do veículo. Em um dos casos, a menina conseguiu fugir sozinha e no outro, um terceiro impediu o sequestro.

“A descrição do homem que tentou sequestrar essas meninas no ano passado bateu com a de Luis Carlos. Então, pedimos que ele fosse preso”, afirma o delegado. Na escola, Valdemir afirma que todos os professores falaram que Ana Clara era uma menina muito alegre e uma aluna espetacular.

Desaparecimento

Ana Clara foi vista pela última vez na sexta-feira (17), quando saiu de casa no início da tarde para ir na casa de uma vizinha. Desde então, a Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) investiga o seu desaparecimento. O Corpo de Bombeiros e o Grupo de Radiopatrulha Aérea da Polícia Milutar (Graer) também auxiliaram nas buscas.

O corpo da menina foi encontrado na manhã de quarta-feira em uma mata no município de Santo Antônio de Goiás, Região Metropolitana de Goiânia. Resquícios de álcool e soda no corpo da criança indicam que o suspeito tentou queimá-la, mas não conseguiu. Horas depois, Luis foi morto em um confronto com a polícia no Setor Lorena Park.

Adeus

O velório de Ana Clara aconteceu na Escola Municipal Orlando de Moraes, colégio que ela frequentava. Ela foi enterrada na manhã desta quinta-feira (23) no Cemitério Vale do Cerrado, em Goiânia.

O caixão foi transportado por um caminhão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. Enquanto cortejo passava, pessoas que estavam nas vias aplaudiam. Os bombeiros que estavam em cima do veículo levaram uma bandeira branca. O sepultamento aconteceu às 9h30.