Crime contra mulher

Suspeito teria cometido 16 dos 18 assassinatos investigados pela força-tarefa, afirma secretário

Além destes casos, Tiago Henrique Gomes de Rocha, de 26 anos, pode estar envolvido em outros homicídios

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Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, apontado pela polícia como suspeito de ser o assassino em série que atuava nas ruas de Goiânia, pode ter sido o responsável por 16 dos 18 casos de mortes misteriosas investigadas há dois meses pela força-tarefa da Polícia Civil, sendo 15 mulheres e um homem. Só estariam de fora da lista os casos de Danielle Garmus e a tentativa de homicídio contra a jovem Daiane Ferreira de Morais.

A informação foi confirmada na tarde desta quarta-feira (15/10) pelo secretário de Segurança Pública, Joaquim Mesquita, durante coletiva de imprensa. Tiago teria sido responsável ainda, segundo Joaquim Mesquita, pelo assassinato de oito moradores de rua. Os nomes das vítimas, entretanto, não foram divulgados.

Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, João Carlos Gorski, que também participou da coletiva, revelou que a polícia tem provas de que Tiago é o autor de pelo menos 40 assassinatos cometidos na capital. “Começou matando homens, depois, mendigos e, agora, mulheres”.

O primeiro crime da série de assassinatos contra mulheres em Goiânia ocorreu em 18 de janeiro deste ano, quando Bárbara Luiza Ribeiro Costa, de 14 anos, foi executada no Setor Lorena Park.

A morte mais recente foi a de Ana Lídia Gomes, baleada em um ponto de ônibus no Setor Conjunto Morada Nova, no dia 2 de agosto. Um motociclista passou pelo local e disparou contra a garota, que não resistiu aos ferimentos e morreu.

Um dia antes do assassinato de Ana Lídia de Souza, 14 anos, uma das 15 jovens vítimas de homicídios misteriosos, o acusado das mortes, Tiago Henrique Gomes da Rocha, começou a trabalhar como vigilante noturno no Hospital Materno-Infantil, unidade pública do Estado, gerido pela organização social Instituto de Gestão Humanizada (IGH).

Entre as outras mortes investigadas pela força-tarefa estão a da dona de casa Lílian Sissi Mesquita e Silva, de 28 anos, em 3 de fevereiro, de Janaína Nicácio de Souza, de 25 anos, e de Bruna Gleycielle de Sousa Gonçalves, 26 anos, ambas mortas em 8 de maio. Todas as vítimas de série de assassinatos eram jovens, mas não tinham perfil parecido. Em depoimento à polícia, o suspeito teria dito que cometia os crimes por “raiva”. 

A prisão do suspeito aconteceu quando ele  estava indo para o trabalho, no fim da tarde de terça-feira, na Avenida Castelo Branco.

GOVERNADOR ENCONTRA COM FAMILIARES DAS VÍTIMASO governador Marconi Perillo (PSDB) lamentou, nesta quarta-feira (15/10), o que chamou de “politização” dos casos de assassinatos de mulheres em Goiânia. Ele se reuniu com familiares das vítimas no Salão Verde do Palácio das Esmeraldas, onde repassou informações sobre a prisão do vigilante Tiago Henrique Rocha, de 26 anos, apontado como autor dos crimes.

Na ocasião, o governador, mais uma vez, solidarizou-se e prestou condolências aos familiares das vítimas do criminoso. “Infelizmente, não podemos trazer essas pessoas de volta à vida, mas estou aqui para dar a resposta concreta que vocês tanto esperaram. O responsável por esses crimes bárbaros está preso”, anunciou.

Marconi também classificou como “irresponsáveis” as declarações politiqueiras, durante o primeiro turno desta campanha, de que a polícia goiana não estava trabalhando para solucionar os casos e também que o Governo do Estado não oferecia condições para que os agentes trabalhassem no assunto. “É lamentável. Um assunto como esse sempre foi alvo de nossas atenções. Oferecemos todo o suporte necessário e nossos policiais, que sem dúvidas são os melhores do Brasil, trabalharam muito para chegar ao culpado”, disse.

O governador também destacou o papel fundamental dos policiais na elucidação dos crimes. “Se estamos dando uma resposta concreta aos familiares da vítima, é porque vocês se empenharam e trabalharam com muita determinação”, reiterou. “Estamos diante de uma das polícias mais competentes do Brasil”, completou Marconi.