Suspeitos de agredirem jovem por homofobia são presos em Goiânia
Os homens teriam xingado e desferido diversos socos e até arremessado um copo de vidro na vítima. O crime aconteceu no último dia 6 de julho, no setor Bueno
Os dois suspeitos de agredirem fisicamente um jovem de 24 anos foram presos na madrugada desta quarta-feira (17), em Goiânia. Os estudantes de Educação Física Caio César Rodrigues Sampaio e Lucas Vilela Martins, ambos de 20 anos, teriam xingado e desferido diversos socos e arremessado até um copo de vidro na vítima A.M.C.O.F. O crime aconteceu no último dia 6 de julho, no setor Bueno, e teria sido motivado por questões homofóbicas. Polícia ainda procura um terceiro envolvido.
Conforme explica o delegado responsável pelo caso, Carlos Caetano Júnior, os suspeitos foram presos após terem a foto divulgada. “Nós tivemos acesso às imagens de segurança que estavam bem nítidas. Os policiais saíram em diligência e falaram com diversas pessoas na região. Também divulgamos as fotos em grupos de WhatsApp e tivemos retorno de testemunhas”, disse.
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Depois de localizar a residência dos homens, o delegado solicitou a prisão à Justiça. “O judiciário deferiu o pedido bastante rápido e na madrugada desta quarta-feira efetuamos a prisão dos envolvidos nos setores Oeste e Bueno”, informou. Neste momento, Caio César e Lucas Vilela estão sendo ouvidos pela Polícia Civil (PC) e depois serão levados para o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, segundo expõe Carlos Caetano. Ainda de acordo com ele, três equipes trabalham para tentar localizar o terceiro envolvido no crime.
Criminalização
Em junho deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu criminalizar a homofobia como forma de racismo. A discussão sobre o assunto durou cerca de três meses e a votação foi concluída depois de seis sessões. Desde então, a homofobia passou a se enquadrar na mesma Lei de Racismo, um crime cuja conduta é inafiançável e imprescritível. A pena pode variar entre um e cinco anos de prisão, além de pagamento de multa em alguns casos.
Por 8 votos a 3, os ministros entenderam que o Congresso não pode deixar de tomar as medidas legislativas que foram determinadas pela Constituição para combater atos de discriminação. À época, a Corte declarou a omissão do Congresso em aprovar a matéria e determinou que casos de agressões contra o público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis) sejam enquadrados como o crime de racismo até que uma norma específica seja aprovada pelo Congresso Nacional.