Suspeitos de furtar condomínios de luxo em Goiás escolhiam vítimas pela internet
Cinco suspeitos foram presos em São Paulo e três investigados, que agiram em cinco diferentes estados, incluindo Goiás, são procurados.
Era através do monitoramento de postagens em redes sociais, ou comprando dados de hackers, segundo a Polícia Civil, que os investigados por integrar uma quadrilha que rouba condomínios de luxo em todo o Brasil escolhiam as vítimas. Nesta terça-feira (13), cinco suspeitos foram presos em São Paulo e três investigados, que agiram em cinco diferentes estados brasileiros, incluindo Goiás, estão sendo procurados.
Extremamente organizada, segundo o delegado Murillo Leal, titular da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), a quadrilha era dividida em vários núcleos. “Uma parte ficava responsável por escolher as vítimas, encontradas após buscas pela internet, outra por monitorar a entrada e saída delas dos condomínios, e um terceiro que agia apenas como motorista, levando, e dando fuga aos invasores. Tinha ainda outra parte do bando que revendia os produtos furtados, e aqueles que ficavam responsáveis por dividir o valor subtraído com os demais integrantes.
Em Goiânia, segundo o delegado, os presos na operação de hoje, desencadeada em São Paulo, em conjunto com a Polícia Civil daquele estado, invadiram um prédio de luxo no último dia sete de setembro, na região do Parque Vaca Brava, no Setor Bueno. Para ter acesso ao apartamento, os dois criminosos, após ludibriarem a segurança que estava na portaria, subiram até o 32º andar pela escada, uma vez que os elevadores do condomínio só funcionam após reconhecimento facial.
Em pouco mais de uma hora, os dois ladrões, todos jovens, e vestidos com roupas de marcas famosas, fugiram levando, em uma mala de rodinhas, jóias, relógios e dólares que estavam em dois cofres. As investigações mostraram que a rotatividade da quadrilha era tão grande que duas semanas após agirem em Goiânia, os mesmos bandidos invadiram um prédio de alto luxo, no Paraná.
Faturamento
As investigações realizadas em conjunto pelas polícias civil de Goiás, e do Paraná, mostram que o grupo criminoso desbaratado esta semana agia há pelo menos dois anos. Neste período, segundo apurado, eles faturaram R$ 50 milhões em arrombamentos de apartamentos em condomínios de luxo no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Goiás, e Santa Catarina.
Até o início da tarde desta terça-feira, cinco, dos oito indiciados que tiveram suas prisões decretadas já haviam sido presos, e três continuam sendo procurados em São Paulo. A Polícia Civil daquele estado também cumpre 16 mandados de busca e apreensão em imóveis pertencentes aos investigados.
Apesar de não divulgar os nomes dos presos, a polícia repassou imagens deles à imprensa. De acordo com o delegado Murillo Leal, “A divulgação das imagens dos suspeitos presos foi procedida nos termos da Lei 13.869/2019, Portaria Normativa n° 547/2021/DGPC, tendo em vista o interesse público no sentido de identificar outras eventuais vítimas de crimes patrimoniais praticados pelo mesmo grupo e localização de possíveis outras testemunhas que possam colaborar com a investigação”.