Suspeitos que fingiam ser policiais para apreender veículos em Goiânia são presos
Criminosos diziam às vítimas que os veículos haviam sido usados em ações criminosas e teriam que ser apreendidos
A Polícia Civil (PC) prendeu três suspeitos que fingiam ser policiais civis para apreender veículos em Goiânia. A operação que resultou nas prisões ficou batizada como “Falsos Policiais” e foi deflagrada nesta sexta-feira (18), durante a manhã.
A quadrilha visava veículos velhos e com dívidas. Disfarçados de policiais, os suspeitos abordavam os donos e diziam que os carros haviam sido usados em ações criminosas. Os veículos eram apreendidos e revendidos no interior de Goiás.
A Polícia Civil trabalha para descobrir como a quadrilha conseguia informações a respeito dos veículos e dos débitos. A investigação começou a partir de dois boletins de ocorrência, registrados em fevereiro e em outubro deste ano.
“Os suspeitos falavam para as vítimas que os carros foram utilizados em modalidades criminosas, como latrocínio, homicídio, roubo e tráfico de drogas. Eles realizavam as falsas apreensões e ainda diziam para os abordados irem à delegacia a prestarem depoimentos”, diz o delegado Bernardo Comunale.
O trio acreditava que as vítimas não registrariam ocorrência porque se tratava de veículos antigos e com dívidas. A revenda rendia entre R$ 5 mil a R$ 8 mil por unidade.
Foram presos o policial militar reformado Ismael Severino da Silva, o vigilante penitenciário temporário Wesley Gomes da Silva e Gilmar Vieira de Sousa foram presos.
Gilmar já havia sido preso em 26 de outubro. Os policiais encontraram com ele um distintivo policial, algema, carteira funcional e armas de fogo. Posteriormente, ele foi solto. O suspeito já tinha passagem por estelionato.
Ismael, por sua vez, já tem antecedentes por homicídio. Com ele, foi encontrado um simulacro de arma de fogo e 82 munições 9 milímetros.
A investigação está a cargo da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículo (DERFRVA).
Os detidos, se foram condenados, poderão pegar mais de 25 anos de prisão pelos crimes de extorsão, associação criminosa armada e uso indevido de símbolo da PC. O delegado acredita que outras pessoas foram vítimas do trio e, caso reconheçam, pode ir até a Deic para formalização da denúncia.
A operação contou com o apoio da Gerência de Operações de Inteligência (GOI) da Polícia Civil, da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE/GT3), da Inteligência da DGAP e da Corregedoria da Polícia Militar.
*A qualificação e a imagem dos investigados serão veiculadas no intuito de se identificar outras possíveis vítimas