Imbróglio

Taxistas e mototaxistas da Região Metropolitana protestam contra a atuação do Uber

Motoristas de táxi e mototáxi da Região Metropolitana de Goiânia se preparam para logo mais,…

Motoristas de táxi e mototáxi da Região Metropolitana de Goiânia se preparam para logo mais, às 11h desta terça-feira (30), iniciarem uma manifestação contra a atuação do Uber na capital, que eles consideram irregular. Os manifestantes não concordam com a proposta de regulamentação dos serviços de transporte individual particular de passageiros que tramita na Câmara Municipal e planejam apresentar um espelho do projeto que passou a vigorar em 1º de agosto em Vitória, no Espírito Santo.

O vice-presidente do Sindicato dos Taxistas de Goiás (Sinditaxi), Júlio Soares da Silva, afirma que a manifestação culminará na entrega de uma carta ao procurador-geral de Justiça, Lauro Machado Nogueira, na sede do Ministério Público de Goiás (MPGO), em protesto a uma recomendação emitida pelo promotor Fernando Krebs. No fim de junho, o promotor pediu à Prefeitura de Goiânia que parasse de apreender veículos do Uber, conforme vinha ocorrendo nas semanas anteriores. “Nós vamos pedir para o procurador-geral dar uma posição para nós com relação ao que está acontecendo”, afirma Júlio.

Além dos taxistas de Goiânia, participam do protesto os profissionais da categoria que atuam em Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e Trindade, além de mototaxistas. Eles se mobilizam às 11h na Praça do Trabalhador, no Setor Central, e vão de carro até a sede da prefeitura. Em seguida, eles deixarão os carros no estádio Serra Dourada e marcharão a pé até a sede do MPGO. “Não queremos prejudicar o trânsito ou causar transtornos à população”, ressalta Júlio.

Proposta

O vice-presidente do Sinditaxi rejeita as propostas de regulamentação dos serviços que entraram em discussão em Goiânia até então. Para ele, caso esses textos fossem aprovados, os motoristas desses aplicativos acabariam eles mesmos se transformando em taxistas.

“Vamos fazer um espelho do projeto que tem no Espírito Santo”, afirma Júlio. “Não queremos nos livrar da concorrência, queremos apenas que ela seja leal.”

Entre as propostas defendidas pelo vice-presidente do Sinditaxi estão a estipulação de uma quantidade de veículos desses serviços nas ruas, a exigência de que os motoristas passem por um curso de qualidade (que incluiria primeiros-socorros, direção defensiva, legislação e outros assuntos) e que os carros vinculados a esses serviços sejam identificados como tal. “Além disso tem a questão da tarifa dinâmica, que é prejudicial para o próprio usuário. Tem que ter uma quilometragem fixa, como os táxis”, pontua Júlio.

Em Vitória, a promulgação do projeto de regulamentação dos serviços de transporte individual particular fez com que o Uber anunciasse a suspensão dos planos de operar na cidade. Segundo a empresa, as restrições impostas “inviabilizam este mercado”. Por conta disso, o Executivo municipal anunciou a modificação de sete artigos do projeto, na última quinta-feira (25), flexibilizando a adesão e atuação dos motoristas.