Terceiro suspeito de agredir jovem por ser gay nega crime em depoimento
De acordo com o Carlos Caetano, ele foi liberado após a oitiva. Apesar de o jovem negar, delegado destaca que ele também pode responder por homofobia
O terceiro jovem suspeito de participar a agressão contra A.M.C.O.F., pelo fato de ele ser gay, negou o crime em depoimento prestado ao delegado Carlos Caetano na manhã desta quinta-feira (18). Apesar disso, segundo ele, o jovem foi liberado, pois se apresentou espontaneamente. O delegado não vê a necessidade em pedir prisão. Caio César Rodrigues Sampaio e Lucas Vilela Martins, ambos de 20 anos, continuam presos.
O caso envolvendo os citados aconteceu no último dia 6 de julho, no Setor Bueno, e as agressões foram registradas por câmeras de segurança da região.
De acordo com Carlos, o procedimento durou cerca de 40 minutos e o jovem afirmou que estava com Caio César e Lucas Vilela, mas que não ouviu nenhum tipo de ofensa nem por parte da vítima e nem pelos colegas. “Isso deprecia a colocação dos próprios colegas. A gente nota que ele se isenta de qualquer culpa, mas, mesmo assim, ele pode responder pelo crime de homofobia”, destaca.
Ainda em depoimento, o jovem alegou que, no dia da agressão, o trio foi a uma feira para comer pastel e lá ficaram por cerca 30 minutos. Após isso, foram a uma padaria para comprar refrigerante e, neste momento, viram a vítima passar pela calçada.
Na oitiva, o jovem também disse que, no momento da agressão, entrou na padaria para comprar o refrigerante e cigarros, e que acreditava que os colegas estavam na porta do estabelecimento o esperando. Em outro trecho, ele destacou que “não tem preconceito com pessoas homossexuais” e que, inclusive, teria um tio que é gay.
O jovem também alegou que, nos quatro anos que conhece os demais suspeitos, nunca os viu tendo nenhum tipo de atitude homofóbica. Ele chegou a dizer que Caio e Lucas já conversaram com pessoas homossexuais, mas não soube dizer se eles possuem amizades com gays.
Carlos Caetano conta que A.M.C.O.F. será chamado novamente para prestar depoimento, pois uma testemunha relatou que a vítima disse a ela algo que não foi relatado em primeiro depoimento e que traz um peso no andar das investigações.
“Ela [a testemunha] alegou que ele disse que os três teriam perguntado para qual time que ele torcia, e ele ignorou e continuou andando. O trio então teria dito que não torce para nenhum time. E, se não torcesse para ninguém, era ‘viado’. Isso bate com o que o jovem alegou em depoimento, de que eles teriam ficado a noite toda bebendo após participar de um jogo de futebol amador. É consoante da notícia crime”, destaca o delegado.
Carlos destaca que ouvirá uma última testemunha, além da vítima novamente, para concluir o inquérito até a próxima semana. Os suspeitos poderão ser autuados na Lei do Racismo por crime de homofobia.
Por meio de nota, o advogado de defesa, Eduardo Brown, destaca que o cliente é inocente. Ele pontua que os estudantes “são pessoas de boas índoles e que convivem em sociedade em perfeita harmonia”. Eduardo também pontuou que “há um prejulgamento dirigido à imputar aos acusados ato homofóbico”.
Leia a nota íntegra
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Vivemos em uma sociedade pluralista, eclética, na qual não mais é admissível qualquer tipo de discriminação, seja étnica, racial, religiosa ou sexual.
Até porquê os suspeitos e vítimas não se conhecem e, pelos trajes usados pela suposta vítima (calça e camiseta), jamais poderiam denotar uma postura sexual hétero ou não.
Os estudantes são pessoas ilibadas e de boa índole, que convivem em sociedade em perfeita harmonia. Os supostos acusados não são homofóbicos e têm amigos homossexuais.
Por isto, Refutamos qualquer afirmação de crime motivado por descriminação sexual.
Os fatos narrados pela vítima não coadunam com a realidade fática. A questão da opção sexual da suposta vítima apenas se tornou conhecida pelos estudantes com a divulgação pela internet.
Com todo o respeito ao trabalho da polícia civil, nos quer parecer que existe um prejulgamento dirigido à imputar aos acusados ato homofóbico, o que definitivamente não é.
No entanto, isso somente poderia ocorrer se, em primeiro lugar, os acusados fossem intolerantes ao homossexualismo, o que não são. Em segundo, tivessem conhecimento, no momento dos acontecimentos, que a vítima é gay / homossexual, o que também não tinham.
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