Serial killer

Tiago Henrique permanece em silêncio durante audiência

// O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, suspeito de vários crimes em série, manteve-se…


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O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, suspeito de vários crimes em série, manteve-se cabisbaixo e em silêncio na audiência de instrução criminal realizada nesta segunda-feira (27/07), na 1ª Vara Criminal de Goiânia, presidida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara. O processo apura a morte do catador de recicláveis Wesley Alves Guimarães, ocorrida no dia 9 de fevereiro de 2013, sob a marquise de uma loja na Rua C-4, no Jardim América.

A primeira testemunha a ser ouvida foi Eliena Aparecida Alves, mãe da vítima. Ela contou em seu depoimento que ficou sabendo do crime por um programa jornalístico veiculado em uma emissora de televisão da capital. Que foi até o Instituto Médico-Legal e identificou o corpo do filho.

Ela contou que Wesley era um rapaz tranquilo, não tinha envolvimento com drogas, mas “tinha o hábito de conversar sozinho”. Relatou que ficou sabendo que o autor do crime seria um homem em uma moto, que também havia matado outras pessoas.

Na sessão, a vendedora Moniky Tainara Mendonça, que foi a primeira pessoa a encontrar Wesley morto, contou que já conhecia o morador de rua há muito tempo e que ele dormia com frequência sob a marquise da loja em que ela trabalhava. Ela disse que sempre chegava por volta das 8 horas na loja em que trabalhava e, no dia do crime, abriu as portas de aço do estabelecimento e a vítima, que estava deitada sob a marquise, debaixo de papelões, não se levantou. Ela então foi acordá-lo e viu que estava sujo de sangue.

O comerciante Weber Nunes de Paiva relatou que ficou sabendo da morte de Wesley Guimarães pela atendente Moniky Santos, que foi até a lanchonete de sua propriedade para pedir ajuda. Ele contou que ligou para o Corpo de Bombeiros e comunicou o fato. Com relação à vítima, disse ser uma pessoa solitária e tranquila, que não tinha problemas com os moradores e comerciantes da região em que ocorreu o assassinato.

Também participaram da audiência o agente de policia Diego Domingues e o delegado Murilo Gonçalves Martins, que participaram das investigações sobre a morte de Wesley. 

Domingues contou que, durante as investigações, elaborou um relatório falando que a morte de Wesley tinha sido cometida pelo mesmo criminoso que havia assassinato outro moradores de rua. A conclusão foi baseada em imagens de câmeras de segurança que mostravam que o suspeito de todos os crimes usava uma motocicleta com as mesmas características e tinha mesma altura e postura na hora de pilotar.

Já o delegado Murilo Gonçalves Martins de Araújo afirmou que Tiago Henrique confessou, na DIH, em duas ocasiões, ser o autor do assassinato. O policial, que fez parte da força-tarefa que investigou os homicídios de moradores de rua e de mulheres e prendeu o vigilante, afirmou que mesmo o exame de confronto microbalístico realizado no projétil retirado de Wesley Guimarães apresentando resultado negativo para a arma apreendida com Tiago Henrique, os sinais encontrados coincidem com os de uma das armas furtadas na empresa de vigilância em que ele trabalhava. O delegado revelou que foram furtados três revólveres da empresa durante plantões do réu.

Murilo Gonçalves Martins de Araújo também falou sobre a personalidade de Tiago Henrique. Segundo o delegado, ele não tem habilidades técnicas para falar sobre um possível transtorno de personalidade do vigilante, mas que, utilizando os 15 anos de profissão, nunca viu uma pessoa descrever com tanta frieza os crimes que cometeu. “Ele narrou os assassinatos no mesmo tom de uma conversa informal”, afirmou. Também participaram da audiência o promotor de Justiça Rodrigo Félix Bueno e a advogada Brunna Moreno de Miranda Bernardo.

Por fim, o suposto serial killer foi levado para a sala de audiência, mas preferiu não dar nenhuma declaração. Ele apoiou a cabeça na mesa e ficou em silêncio até que o juiz pedisse que ele fosse levado para o Núcleo de Custódia, onde está preso. (Com informações do TJ-GO)