Crise na saúde

Trabalhadores do Hugo bloqueiam avenida por uma hora em protesto contra atraso de salários

Manifestantes alegam que não foram pagos os salários de dezembro, além de 13º e férias. Alguns não recebem desde novembro.

Cerca de 30 trabalhadores do Hospital de Urgências de Goiânia – Hugo, realizaram uma manifestação no início da noite desta quarta-feira (9). O ato aconteceu em frente ao à unidade de saúde e bloqueou a Avenida 1ª Radial, na esquina com a Avenida Edmundo P. de Abreu, por uma hora.

O protesto teve início às 19 horas. Com faixas e palavras de ordem, os trabalhadores se manifestavam contra o atraso de salários, a falta de pagamento de férias e de 13º.

Júlio Cesar Gonçalves da Silva, um dos manifestantes, é técnico de enfermagem e trabalha no hospital desde 2013. Ele contou ao Mais Goiás que alguns funcionários não recebem desde novembro.

“Ninguém recebeu o mês de dezembro. Teve gente que não recebeu nem o mês de novembro. O 13º também não foi pago e quem tirou férias nos últimos dois meses também não recebeu”, disse Júlio.

Procurado pelo Mais Goiás, o Instituto Haver (Organização Social – OS que administra o Hugo desde novembro) disse que, como o assunto está relacionado aos repasses de recursos por parte do governo estadual, a Secretaria de Estado de Saúde – SES deveria responder a questão.

Em nota, a SES comunicou que não houve paralisação dos servidores. Afirmou também que existe uma dívida de R$ 720 milhões na saúde e que o secretário Ismael Alexandrino se comprometeu a manter os repasses daqui pra frente. Há também,  de acordo com a SES, um compromisso das OSs de não paralisar os atendimentos.

Confira a nota, na íntegra:

“A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) informa que não houve paralisação dos servidores do Hugo. Sobre a manifestação realizada em frente à unidade, a SES informa que iniciou o Governo de Goiás com dívida de R$ 720 milhões na área da Saúde. Em busca de entendimento para sanar os débitos, o secretário Ismael Alexandrino se reuniu nessa terça-feira, 08/01, com os representantes das organizações sociais que garantiram que não paralisarão suas atividades, assim como a atual gestão se comprometeu em manter os repasses em dia daqui para frente.”

Entenda

Em novembro de 2018, a Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) definiu uma OS para administrar o Hugo. O Instituto Gerir, que administrava a unidade até então, encerrou as atividades de gerência no dia 26 do mesmo mês. Desde então, o hospital é administrado pelo Instituto Haver.

A mudança de gerência se deu porque o Instituto Gerir solicitou a rescisão do contrato. A OS afirmou que os motivos foram os “atrasos recorrentes de pagamento e déficits constantes, que resultam em falta de recursos materiais e humanos para que a organização social continue prestando o trabalho de excelência desenvolvido nas duas unidades”.

*Atualizada às 21h55 para acréscimo da nota da SES