JUSTIÇA

Transportadora que sofreu golpe de R$ 1 milhão vai processar bancos e investigadas

"As primeiras ações são contra as instituições bancárias, por falha na prestação de serviço e na inexistência de negócio jurídico", diz o advogado da empresa

A transportadora de Aparecida de Goiânia, que sofreu um golpe de mais de R$ 1 milhão de supostamente duas funcionárias em desvio de pagamentos de frete, vai processar as suspeitas e também os bancos por falhas de segurança. A informação foi dada ao Mais Goiás pelo advogado da empresa, Ricardo Souza.

Este caso foi divulgado na segunda-feira (2), após andamento das investigações e indiciamento das funcionárias, apesar do crime ter ocorrido em 2023. Conforme apurado, as suspeitas criavam diversas contas em bancos digitais no nome da empresa e de um dos donos dela.

Os proprietários descobriram o crime pelo constante contato de bancos e lojas. Ao todo, foram cinco contas abertas. As funcionárias aproveitaram a miopia da vítima. Elas, que trabalhavam no administrativo da empresa desde 2019 e 2022, respectivamente, mas não tinham acesso ao financeiro, enganavam e pediam que o proprietário liberasse a identificação facial para supostamente atualizarem os aplicativos de captação de fretes.

Ao acessarem as contas, desviavam o dinheiro. Aos clientes, repassavam as agências no nome da empresa ou do proprietário, que elas tinham controle. Contudo, conforme a investigação, deixaram vestígios ao colocarem o endereço de entrega do cartão físico na casa de uma delas.

Segundo Ricardo, em apenas um banco houve um “rombo de R$ 700 mil”. Neste caso, a empresa já ajuizou ação com pedido de inexistência de negócios jurídicos, bem como danos morais e materiais.

Sobre a tese de inexistência de negócio jurídico, o advogado explica que não houve nenhuma relação jurídica entre a verdadeira empresa, os verdadeiros proprietários, e o banco. Ele aponta que isso ficará provado no inquérito policial. “Então, as primeiras ações são contra as instituições bancárias, por falha na prestação de serviço e na inexistência de negócio jurídico. E também vamos ingressar judicialmente contra as meninas, para a gente poder rever o que ainda não foi fornecido.”