Transporte particular de qualidade e exclusivo para o público feminino. Esta é a aposta de um grupo de mulheres de Goiânia, que, com divulgação por meio das redes sociais e pelo WhatsApp, já começam a cativar clientes fiéis. Além disso, elas também encontraram oportunidade de aumentar a renda e promover um tipo de serviço do qual gostariam de usufruir.
Leiliane Rodrigues, de 25 anos, começou a trabalhar como motorista há três meses pelo Uber. Ela conta que, logo no início, ao conversar com as clientes, percebeu que muitas mulheres preferiam quando o aplicativo lhe designava uma motorista também mulher. “Eu acredito que nós somos mais responsáveis e cuidadosas no trânsito. Mas percebo que a maior parte das clientes tem ainda mais interesse na segurança, pois sentem-se inseguras ao andar com motoristas homens, principalmente a noite”, afirma Leiliane.
Com o aumento na quantidade de clientes particulares, Leiliane trabalha cada vez menos como Uber. Ela tem clientes com horários fixos semanais e diários de viagens. Para a comodidade das mães, ela leva no carro um assento elevado para crianças de até dez anos. Além disso, tem curso de cuidadora de idosos e fecha contrato para levá-los e acompanha-los em consultas e exames.
“Eu sofri um acidente e usei Uber e táxi durante um tempo. Em diversas oportunidades encontrei motoristas mau humorados, que não estavam preparados para lidar com situações em que é preciso ter mais paciência”, conta a motorista. De acordo com Leiliane, o preço cobrado pelas corridas depende dos custos gerados. Se estiver próximo ao local da chamada, o custo é o mesmo do Uber, se o deslocamento for maior ou à noite, a cobrança é um pouco maior. “Pela qualidade do serviço e segurança, muitas mulheres aceitam pagar mais pelo transporte particular”, afirma Leiliane. As chamadas são feitas pelo WhatsApp.
Renda
Já a estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária Bruna Soares começou a trabalhar como Uber há quatro meses. Com a indicação feita por clientes e pelas redes sociais, ela também entrou no ramo de transporte particular apenas para mulheres. “Levo os filhos de uma cliente na escola todos os dias. Outras sempre me chamam quando vão sair à noite, levo e busco”, afirma a estudante. De acordo com Bruna, o mês de janeiro teve movimento fraco para todos os motoristas do Uber, e prestar o serviço particular ajudou a equilibrar as contas.
Para Bruna, o aumento na procura por transporte feito de mulheres para mulheres deve-se à sensação de insegurança entre o público feminino. “Existem muitos motoristas homens que são sérios e respeitam completamente. Mas quando escutamos de alguns casos que já aconteceram, ficamos com medo”, lamenta a estudante.
Há um mês na Uber, a estudante de Farmácia Lays Estevam, de 24 anos, também passou a fazer o transporte particular para mulheres. “Já passei por situações constrangedoras quando usei o Uber. Quando entrei como motorista, atender mulheres foi a primeira coisa que pensei”, afirma Lays. Muitas motoristas divulgam seus serviços em um grupo no Facebook chamado ‘Indique uma Mana’, em que as usuárias da rede social divulgam o trabalho realizado por outras mulheres – ou cis e trans – em diversos seguimentos. Homens são proibidos.