ATAQUES GOLPISTAS

TSE analisa denúncia que pode colocar em risco mandato de parlamentares do PL

Se denúncia for aceita pelo TSE, partido correrá risco de ter registro cassado pela Justiça Eleitoral

Polícia Federal investiga envolvidos no 8 de janeiro, em Brasília (Foto: Divulgação/Agência Brasil)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisa uma denúncia que pode colocar em risco o mandato de parlamentares do Partido Liberal (PL). Após uma operação da Polícia Federal, o senador Humberto Costa (PT-PE) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar e solicitar a cassação do partido sobre os ataques golpistas do 8 de janeiro no Palácio do Planalto e no Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante um testemunho à Polícia Federal (PF), o tenente-coronel Mauro Cid relatou uma negociação sobre o financiamento de uma viagem para Brasília de membros das Forças Especiais do Exército, conhecido como “kids pretos”. De acordo com ele, a negociação teria ocorrido entre o general Walter Braga Netto e o partido, liderado por Valdemar da Costa Neto.

Se a denúncia for aceita pelo TSE, o partido correrá o risco de ter o registro cassado pela Justiça Eleitoral. Caso seja comprovado que o PL participou do ato golpista, os envolvidos na disputa pela prefeitura de Goiânia, como o deputado federal Gustavo Gayer, pela prefeitura de Aparecida de Goiânia, como o Professor Alcides Ribeiro, e o senador Wilder Morais, poderão perder os mandatos.

Após os depoimentos do general Freire Gomes e do ex-comandante da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Jr., o tenente-coronel Mauro Cid descreveu detalhes sobre uma solicitação de R$ 100 mil realizada pelo major Rafael Martins de Oliveira para financiar a ida de apoiadores de Bolsonaro a Brasília. O militar era responsável pela comunicação entre Bolsonaro e as Forças Especiais do Exército.

Além disso, mensagens recuperadas pela Polícia Federal no celular de Cid revelaram que o major também solicitou ajuda para transportar pessoas para participarem das manifestações em Brasília. Na conversa, Cid teria se comprometido a fornecer o dinheiro e perguntou se os R$ 100 mil seriam suficientes. A resposta teria sido enviada em uma mensagem intitulada “Copa 2022”.

A PF também informou que o general Walter Braga Netto teria utilizado a sala no PL como uma espécie de “quartel-general do golpe”. Vale destacar, se a investigação confirmar que PL financiou as viagens do “kids pretos”, o partido de Costa Neto também poderá ter o registro cassado pela Justiça Eleitoral.