EDUCAÇÃO

UEG corre risco de extinguir cursos e fechar unidades em Goiás, diz Associação

A Universidade Estadual de Goiás (UEG) tem sofrido com o déficit de professores efetivos, e…

A Universidade Estadual de Goiás (UEG) tem sofrido com o déficit de professores efetivos, e por isso corre risco de perder diversos cursos, e por consequência fechar algumas das unidades espalhadas em 39 municípios do Estado. Segundo a Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Goiás (Adueg – Seção Sindical do ANDES), situação se agravou depois que foi estabelecido o critério para que haja 75% dos professores efetivos para manutenção dos cursos.

Hoje são 33 unidades universitárias e oito câmpus, o que daria 41 unidades espalhadas pelo Estado. São 39 cidades e desde 2019 estamos com déficit de professores. Nisso a universidade teve que cumprir um termo de ajuste de conduta e encerrar os contratos dos professores substitutos que tínhamos e isso gerou esse déficit. Além disso, no Estatuto da Universidade, para que um curso possa ter vestibular ele precisa ter 75% de professores efetivos e isso limita a nossa capacidade de oferecer vagas em vestibular”, afirma a presidente da Adueg, Juliana Vasconcelos Braga.

De acordo com a representante da Associação, diversas unidades do interior vão fechar as portar ou excluir cursos do quadro de ensino. “Não tivemos vestibular para vários cursos em 2019, 2020 e 2021. No caso da minha unidade, que fica em Itumbiara, o curso de pedagogia não teve vestibular no ano passado e neste ano. Com isso muitos dos nossos cursos serão descontinuados exatamente nessas unidades que ficam nas regiões mais distantes da capital”, conta.

O Mais Goiás pediu posicionamento da Universidade Estadual de Goiás, mas até o momento não houve retorno. Espaço segue aberto.

Quais unidades da UEG que foram mais afetadas com o déficit de professores?

Segundo a Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Goiás (Adueg – Seção Sindical do ANDES), os municípios da Região Norte do Estado são os mais afetados.

Niquelândia vai fechar todos os cursos e com isso a unidade corre risco de ser fechada. Crixás também vai extinguir todos os cursos, e temos Porangatu que esta fazendo esse levante, porque é uma cidade que atende uma região muito importante e devem perder de três a quatro cursos e matemática é um deles, justamente por não atender esse critério de 75% dos docentes efetivos. Inevitavelmente isso vai se concretizando na medida em que não vai se abrindo novas vagas para que os estudantes entrem”, pontua Juliana.

A unidade de Campos Belos, por exemplo, que fica no nordeste goiano é uma região distante a quase 500km de Goiânia e atendemos muitos estudantes quilombolas e seria impossível para elas continuarem seus estudos sem a UEG”, completou.

Segundo a Associação, a sede de Uruaçu da qual fazem parte Crixás, Minaçu, Niquelândia, Porangatu e São Miguel do Araguaia. Dessas unidades vão perder todos os cursos: Crixás, Niquelândia e São Miguel do Araguaia. “Somente na região de Uruaçu e Porangatu temos cerca de 2 mil jovens que podem ser prejudicados com essa extinção de cursos”, destaca.

“Vemos isso com muita preocupação”, diz Adueg

Para a Adueg, o cenário preocupa. “São lugares que estão justamente nesse interior onde o jovem não tem condição de acessar o ensino superior”, disse a presidente da Associação.

De acordo com Juliana, há um bom diálogo estabelecido com a reitoria da UEG, mas é necessário uma resolução sobre o orçamento que é disponibilizado. “A reitoria não tem nos negado essa oportunidade de diálogo. Precisa de uma decisão de orçamento”, avalia.