ACIDENTE

Um ano depois, jovem de Quirinópolis que ficou tetraplégico ao pular em piscina conta o que mudou

A brincadeira no réveillon ocasionou uma lesão na coluna cervical de Leonardo Rangel que mudou sua vida para sempre

Três horas e quatro minutos da manhã de 1º de janeiro de 2021, sexta-feira. Essa foi a data exata que marcou para sempre a vida do operador de máquinas agrícolas Leonardo Rangel, de 29 anos. Durante o que era para ser uma feliz comemoração de réveillon, o rapaz de Quirinópolis, interior de Goiás, ficou tetraplégico ao pular em uma piscina e bater com a cabeça no fundo. Um ano depois do acidente, Leonardo, que já conseguiu recuperar alguns movimentos, revela o que mudou em sua vida desde então.

O combinado era que a turma toda pulasse na piscina ao som da música da festa. O jovem Leonardo comemorava a passagem de 2020 para 2021 com família e amigos na casa de uma prima e foi o mais afoito, pulando primeiro na água. “Troquei de roupa e minha prima começou a filmar porque a gente ia pular. Na hora, eu fui apressado e pulei na frente dos meninos e pulei daquele jeito, de cabeça, e aconteceu o que aconteceu”, conta o rapaz, ao Mais Goiás.

O ocorrido que Leonardo menciona se refere à lesão na coluna cervical que ele teve após pular de mau jeito e bater a cabeça no fundo da piscina. Em um vídeo que ele decidiu compartilhar nas redes sociais e que acabou viralizando, é possível ver quando os presentes ainda demoram alguns instantes para perceber que algo estava errado: Leonardo boiava com o rosto virado para o fundo, mas não se mexia.

Leonardo Rangel e a filha no hospital, após acidente (Foto: Arquivo pessoal)

“Eu não desmaiei, fiquei acordado, mas eu ia acabar afogando porque eu não conseguia mexer nada. Foi instantâneo quando perdi os movimentos”, relembra. Após retirá-lo da água, os presentes acionaram o socorro e Leonardo foi levado para o hospital local. No dia seguinte, o rapaz foi transferido para um hospital de Rio Verde, onde foi submetido a duas cirurgias e recebeu o diagnóstico: estava tetraplégico, não podendo movimentar nenhum membro do pescoço para baixo.

Um ano depois do acidente

Leonardo, que tem uma filha de pouco mais de dois anos, descobriu que sua esposa estava grávida novamente pouco depois do acidente. Mas além disso, outras grandes mudanças transformaram seu cotidiano. “Mudou tudo [desde o acidente]. Estou encostado pelo INSS por enquanto, não estou trabalhando, e pra tudo eu preciso de ajuda. Não consigo fazer nada sozinho ainda”, revela.

Felizmente, após muita fisioterapia, o rapaz diz que já consegue mover alguns membros como braços e um pouco das mãos e tronco. No entanto, as pernas permanecem imóveis. “Médico nenhum dá esperança de nada. Não falam que não e nem falam que sim. É como eles falam: depende do organismo, da pessoa, de como foi a lesão”, conta.

O jovem destaca a gratidão pelo apoio que recebeu de toda a família e amigos após o acidente. “Graças a Deus me apoiam até hoje”, ressaltando o suporte da esposa, dos pais e irmãos. Com um pouco de melancolia na voz, Leonardo finaliza enfatizando a importância de valorizar o que ele chama de “pequenos momentos, pequenas coisas” da vida. “Depois que a gente perde, vemos a falta que faz”.