Um mês após tragédia em escola, Isadora Morais realiza terapia de reabilitação no Crer
Aluna ficou paraplégica após ser baleada; estudante atirou contra colegas no Colégio Goyases, matou dois e deixou outros quatro feridos
A tragédia ocorrida no Colégio Goyases, no Conjunto Riviera, em Goiânia, completa um mês nesta segunda-feira (20). Isadora Morais, de 14 anos, – uma das vítimas dos disparos feitos por um aluno, que deixou dois adolescentes mortos e quatro feridos – realiza terapia no Centro de Reabilitação Dr. Henrique Santillo (Crer). A aluna sofreu uma lesão na medula espinhal e perdeu o movimento das pernas após ser baleada no dia 20 de outubro.
Segundo assessoria do Crer, Isadora realiza terapia nos turnos, matutino e vespertino, e tem se mostrado animada com o tratamento. Além disso, a adolescente é assistida por uma equipe multidisciplinar e faz exames diariamente. O Crer oferece ainda acompanhamento psicológico para a paciente e para os pais.
Isadora foi transferida para o Crer no último dia 9, para iniciar o Processo de Reabilitação e Readaptação. Ela estava internada há 21 dias no Hospital de Urgência de Goiânia (Hugo). A adolescente foi atingida por três tiros: um deles na mão, outro no pescoço e o terceiro no tórax. O último projétil atingiu o pulmão e também a décima vértebra torácica (coluna), provocando paraplegia irreversível.
Tiroteio
O caso, que teve repercussão internacional, deixou dois estudantes mortos e outros quatro feridos. Os tiros foram disparado por um colega de classe, de 14 anos, em uma sala de aula do 8º ano do Colégio Goyases.
Os alunos João Pedro Calembo, de 13 anos, e João Vitor Gomes, de 12 anos, morreram ainda no colégio. Isadora Morais, Marcela Macedo e Hyago Marques foram levados para o Hugo após serem baleados.
Hyago, de 13 anos, recebeu alta da unidade no último dia 22 e Marcela, de 14 anos, foi liberada no dia 3 de novembro. Laura Fleury, que estava internada no Hospital dos Acidentados, recebeu alta no dia 24 de outubro.
O autor dos disparos, é filho de pai e mãe policiais militares e pegou a arma escondido dos pais na noite do dia 19 de outubro. Segundo titular da Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), Luiz Gonzaga, o adolescente estava sentado com a arma dentro da mochila quando efetuou um disparo acidental e, em seguida, atirou contra os colegas.
Foi no momento em que ele trocava os cartuchos da pistola .40 da Polícia Militar que a coordenadora da escola conseguiu persuadir o adolescente a travar a arma e acompanhá-la até a biblioteca do colégio, onde ele permaneceu até a chegada da polícia.
*Juliana França é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo