Usuário de drogas é indiciado por causar incêndio no viaduto da T-63, em Goiânia
A Polícia Civil indiciou Baltazar Campos David, de 41 anos, por crime de incêndio no…
A Polícia Civil indiciou Baltazar Campos David, de 41 anos, por crime de incêndio no viaduto da T-63, em Goiânia, há sete dias. Na visão do delegado do caso, Murillo Leal Freire, o homem tinha consciência do que estava fazendo e não se importou com os riscos dos seus atos, o que se caracteriza como “dolo eventual”. O acidente aconteceu na madrugada da última sexta-feira (15). Baltazar foi preso no mesmo dia, após ser identificado por uma dificuldade de locomoção, mas foi liberado na segunda-feira (18).
Baltazar relata que tinha ido até embaixo do viaduto, por volta de 5h30, para fumar uma pedra de crack. Porém, acidentalmente ele deixou a pedra cair em um vão entre as placas usadas esteticamente no viaduto. Na tentativa de recuperar a droga e enxergar melhor o local, o suspeito colocou fogo em um pedaço de papelão. Em razão do material usado nas placas, o incêndio rapidamente se espalhou, tomando também a lateral da trincheira da Avenida S-1. O usuário de drogas deixou o local e voltou para casa, a 230 metros dali.
Segundo a polícia, Baltazar possui antecedentes criminais por uso de drogas, desacato e roubo a mão armada. Ele já foi abordado pela Polícia Militar (PM) cerca de 14 vezes e, na maioria delas, estava fumando crack ou, em um dos casos, maconha. Por outro lado, o nome dele não consta no registro de abordagens feitas pelos serviços da prefeitura de Goiânia ofertados a pessoas em situação de rua ou vulnerabilidade.
O delegado citou o histórico criminal do usuário de drogas como argumento de que ele não se importa com suas atitudes quando elas infringem a lei. “(Ele) vem prosseguindo em suas atividades criminosas, o que bem demonstra a recalcitrância do investigado, notando-se claramente que não se importa com as consequências de seus atos”, afirmou Leal.
O relatório final foi encaminhado pelo delegado à Justiça nesta quarta-feira (20). O vício de Baltazar não é citado. É dito apenas que ele confessou “com detalhes todo o crime”, dizendo se tratar de um acidente. Para o investigador, o resultado das atitudes do homem era “plenamente previsível”, especialmente porque ele não procurou ajuda de ninguém para amenizar o fogo.
Vale dizer que uso de drogas é um crime previsto na legislação brasileira, mas em 2006 foi despenalizado. Sendo assim, em geral, as pessoas flagradas consumindo entorpecentes assinam um termo circunstanciado de ocorrência (TCO) e são liberadas. Esse tipo de documento é usado para fatos de menor potencial ofensivo.
Viaduto da T-63
Em nota divulgada no começo da tarde desta quarta-feira (20), a prefeitura de Goiânia informou que vai reforçar, com argamassa especial, os alicerces do viaduto da avenida T-63 antes de liberar 100% do trânsito no local. O reforço é uma recomendação que consta em relatórios iniciais produzidos por engenheiros da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) e consultores especializados.
Em 2019, o Conselho de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO) recomendou à Prefeitura a remoção das placas de material de alumínio composto (ACM) do viaduto da T-63. O motivo disso, é que se trata de um material pouco seguro, já que se desgruda com facilidade e ainda é combustível.
Após o acidente, a prefeitura ordenou a remoção de todas as placas do viaduto. Segundo o prefeito, Rogério Cruz, as placas serão substituídas por grafites nos muros, como ocorreu no Complexo Luiz José Costa, na Avenida Deputado Jamel Cecílio.